Como ligação de Ceni fez Lucão perder o medo de nunca mais jogar no São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2017 13h58
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Jovem zagueiro Lucão quase deixou o São Paulo no início da temporada

Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo Jovem zagueiro Lucão quase deixou o São Paulo no início da temporada

Escalado como titular no clássico contra o Palmeiras, no último sábado, no Morumbi, Lucão teve uma atuação segura no jogo válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, ainda não recuperou a confiança da torcida tricolor, que sempre pegou no pé do jovem zagueiro de 21 anos.  

Desde 2013, ano em que Lucão subiu aos profissionais do São Paulo, tem sido assim: não importa o que o defensor faça, a torcida sempre terá um pé atrás com relação a ele.  

Embora tenha deixado Cotia como uma das principais “joias” da base são-paulina, o jogador ficou marcado por falhas graves em clássicos contra o Corinthians e nunca agradou. Chegou a ser considerado carta fora do baralho e por pouco não deixou o clube para reforçar o Vitória, no início do ano. 

Foi o retorno de Rogério Ceni, agora como técnico, que renovou a história de Lucão no São Paulo. Em entrevista exclusiva a Marcio Spimpolo, para a Rádio Jovem Pan, o zagueiro revelou que só não se transferiu no início da temporada por causa do ex-goleiro – com quem jogou entre 2013 e 2015.

“Ele foi uma pessoa fundamental. Ninguém mais me queria ali, ninguém mais acreditava em mim… E ele confiou, comprou a minha briga e, quando assumiu como técnico, ligou para mim, dizendo que queria contar comigo e que, se eu pensasse de outra forma, não adiantaria, porque eu estaria ali de qualquer forma. Ele me queria para o ano inteiro. Serei eternamente grato a ele por isto“, afirmou Lucão.

O zagueiro, que já foi titular em seis partidas no ano, chegou a pensar que nunca mais atuaria no São Paulo. “Se eu dissesse para você que nunca pensei nisto, estaria mentindoPassou, sim, pela minha cabeça… Por causa de muitas coisas que você vive no dia-a-dia e acabam tatrapalhando de alguma forma. Mas eu sempre coloquei os pés no chão, sabendo que as coisas iriam dar certo. Porque qualidade sempre existiu. Eu só tinha de esperar o momento certo“. 

O maior obstáculo, de acordo com Lucão, foi ter de lidar com as duras críticas. O fato de ser muito jovem e, mesmo assim, não contar com a paciência da torcida são-pauilina mexeu com o astral do defensor, que já disputou 87 partidas com a camisa tricolor – neste período, ele marcou dois gols. 

O mais difícil foi ouvir as críticas, porque futebol é feito de altos e baixos. Em um dia você é o melhor e, no outro, você é o pior. As críticas de todos os lados, e não só comigo, mas com pessoas que foram afetadas e não tinham nada a ver com a situação, mexeram muito comigo. Foi isso o que mais pegou para mim“, relembrou. 

Agora, Lucão só quer saber de boas vibrações. O zagueiro tem recuperado espaço no time tricolor e se inspira em dois astros do futebol europeu para, enfim, brilhar com a camisa são-paulina.

Assisto a muitos jogos do Thiago Silva, sempre gostei dele. E outro que se destaca muito e que, para mim, é um dos melhores zagueiros do mundo, é o Sérgio Ramos. Ele faz coisas que poucos zagueiros fazem. Estes dois são as minhas maiores referências no futebol”.

Lucão tem contrato com o São Paulo até 2019. Além dele, o clube pode contar com Rodrigo Caio, Maicon, Douglas e Lugano para a zaga  sem falar no garoto Militão, que é volante de origem mas também pode jogar mais recuado.

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