Faz falta? Suécia surpreende e, sem Ibra, vai mais longe do que em Copas com o craque
Quando Janne Andersson bateu o pé, ignorou as insistentes entrevistas de Zlatan Ibrahimovic e se recusou a convocar o craque para a Copa do Mundo de 2018, boa parte dos amantes do esporte se espantou. Seria essa uma decisão inteligente?
Quatro jogos depois, os resultados mostram que sim: o treinador acertou ao deixar o atacante de 36 anos de fora do Mundial. Sem Ibrahimovic, a Suécia já faz uma campanha melhor do que das vezes em que disputou Copas com o astro.
Ibra só jogou dois Mundiais: o de 2002, na Coreia do Sul e Japão, e em 2006, na Alemanha.
Na Ásia, o craque era reserva e participou de dois jogos, saindo do banco em ambos. A Suécia até foi líder do “Grupo da Morte”, que contava com potências como Inglaterra, Argentina e Nigéria, mas caiu nas oitavas de final para Senegal.
Já em 2006, Ibrahimovic já era a grande estrela da Suécia. No entanto, não brilhou. Sequer balançou as redes e, apesar de ter avançado na segunda posição de um grupo que contava com Inglaterra, Trinidad e Tobago e Paraguai, foi eliminado pela Alemanha também nas oitavas.
Ou seja: com Ibrahimovic, a Suécia, finalista em 1958 e semifinalista em 1994, jamais passou das oitavas de final da Copa. No primeiro Mundial sem ele, por sua vez, já alcançou no mínimo as quartas.
E a campanha bem-sucedida na Rússia não foi das mais fáceis. Nas Eliminatórias, a Suécia avançou à repescagem após ficar à frente da Holanda na fase de grupos. Na repescagem, eliminou a Itália. E, na Copa, passou ao mata-mata na primeira posição do Grupo F, “roubando” a vaga que, todos imaginavam, seria da Alemanha.
“Avançamos apesar de perder um dos melhores jogadores de futebol do mundo. Fizemos um bom trabalho. Outros atletas deram um passo à frente quando perdemos um dos melhores do mundo (Ibrahimovic)”, disse o capitão sueco, Andreas Granqvist.
Mas afinal: por que Ibrahimovic não foi à Copa?
Zlatan Ibrahimovic anunciou, em 21 de junho de 2016, que se aposentaria da seleção sueca após a disputa da Eurocopa da França. “O último jogo da Suécia na Euro será meu último jogo internacional”, afirmou, na ocasião. “Estou muito orgulhoso de ser o capitão da Suécia e do que fiz na seleção. Quero agradecer aos fãs, sem eles nada disso teria sido possível”, acrescentou.
Desde então, o craque nunca mais foi convocado.
O “problema”, no entanto, é que, mesmo sem Ibra, a Suécia se classificou para a Copa. E, a partir de então, o craque, midiático como poucos, passou a cogitar a possibilidade de jogar o torneio.
O que Ibrahimovic provavelmente não imaginava, porém, é que o treinador Janne Andersson não aceitaria “regatá-lo” apenas para o Mundial. O técnico decidiu se manter fiel aos jogadores que participaram de todo o ciclo para a Copa e deixou o craque de fora da relação.
“Eu me tornei técnico da seleção há dois anos, depois disso Zlatan e vários outros jogadores decidiram sair. Eu respeitei”, explicou Andersson. “Foi o final de sua incrível carreira pela seleção. Desde então, ele não esteve de forma alguma conosco e também não estará. Não há conexão entre ele e nós, ou qualquer um dos outros jogadores. Estamos trabalhando com esse grupo”, finalizou.
Quatro jogos depois, a decisão se mostrou correta.
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