Mesmo sem Rússia, jogo da Inglaterra pelas semis da Copa gera alerta

  • Por EFE
  • 11/07/2018 08h16
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Reprodução/Twitter As autoridades esperam cerca de 20 mil estrangeiros no jogo desta quarta-feira entre Croácia e Inglaterra

A Rússia aguardava com expectativa que a seleção anfitriã da Copa do Mundo eliminasse a Croácia e avançasse para enfrentar a Inglaterra nas semifinais, em apreensão compartilhada pelas autoridades, devido as tensões políticas e o histórico de violência entre torcedores, o que, mesmo a eliminação dos donos da casa, não reduziu o estado de alerta.

Agora, no entanto, os russos trocaram o discurso do “que venham os ingleses!” para o “onde estão os hooligans?”. Os torcedores ingleses quase não protagonizaram incidentes durante o torneio, em panorama nada parecido com o das batalhas campais que aconteceram em 2016, durante a Eurocopa, na França.

Ainda assim, não quer dizer que os ingleses tiraram nota 10 em comportamento. Um torcedor pichou estátua do legendário jogador do Spartak Moscou, Fyodor Cherenkov, mas, posteriormente, se desculpou publicamente.

As autoridades esperam cerca de 20 mil estrangeiros no jogo desta quarta-feira entre Croácia e Inglaterra, que acontecerá no estádio Luzhniki. Muitos serão chineses e americanos, no entanto, e 60 mil presentes serão russos.

Segundo a imprensa britânica, 10 mil torcedores ingleses podem comprar ingressos para estar no estádio na última hora no site da Fifa, em novo período de vendas aberto no domingo, depois da definição dos confrontos das semifinais.

Além disso, outros estão recorrendo à revenda, já que grande parte dos alemães e brasileiros, entre outros torcedores que esperavam acompanhar suas seleções nesta fase da Copa, estão tentando se desfazer das entradas para recuperar o dinheiro gasto na compra antecipada.

Este aumento na presença de ingleses aumenta o sinal de alerta na Rússia, em parte, pela tensão diplomática entre o governo do país e o Reino Unido, que levou as autoridades britânicas a desaconselharem a viagem de torcedores ao torneio. Quatro anos antes, no Brasil, era havia uma torcida inglesa bem maior.

Só que boa parte deste ambiente de segurança também é fruto de medidas mais restritivas adotadas pela organização da Copa, principalmente, para evitar a entrada de indivíduos que já sem envolveram em atos violentos. A exigência da “Fan ID”, que fica pendurada a todo o momento no pescoço dos turistas, facilitou ainda mais o trabalho.

O resultado foi 2,7 milhões de pessoas passando pelos estádios do evento desde 14 de junho sem maiores ocorrências. Assim como aconteceu em outra partida potencialmente explosiva, entre Manchester United e Chelsea na final da Liga dos Campeões de 2008, em Moscou, que também não teve registros de violência.

Não existem dúvidas de que haverá milhares de policiais na região do Estádio Luzhniki e que os controles serão exaustivos. Os croatas também protagonizaram incidentes no passado e não se pode esquecer das boas relações entre russos e sérvios.

Bandeiras da Sérvia são esperadas no estádio, ainda mais depois do vídeo gravado pelo zagueiro Domagoj Vida, que exaltou a Ucrânia durante a comemoração pela classificação para as semifinais, o que despertou a fúria da torcida local.

O caso gerou uma situação delicada para a Fifa, que apenas advertiu o jogador após a federação croata pedir desculpas pelo ato e expulsar o ex-jogador Ognjen Vukojevic, que acompanhava Vida nas imagens, da delegação. A esperança é que ocorrido não tenha maiores repercussões em um jogo de alto risco.

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