Pela primeira vez, mulheres e homens poderão torcer juntos no Irã
As autoridades iranianas anunciaram nesta quarta-feira (20) que vão permitir, pela primeira vez, que mulheres e homens possam acompanhar juntos a uma partida de futebol em um estádio, logo mais no Azadí, em Teerã, com a transmissão do jogo entre a seleção do país e a Espanha, pelo grupo B da Copa do Mundo.
A ideia era emitir a entrada da torcida feminina já no duelo de estreia da seleção da casa, contra o Marrocos, na última sexta, mas a permissão necessária do Conselho Provincial de Teerã não chegou a tempo.
O diretor do complexo esportivo Azadí, Nasser Mahmudifard, explicou que será permitido o acesso de 10 mil pessoas e que o público deve comprar o ingresso pela internet, ao preço de 150 mil riales (cerca de R$ 13,25).
A deputada Tayebe Siavoshi, defensora do direito das mulheres comparecerem aos estádios, comemorou a decisão e já espera que iniciativas do tipo voltem a ocorrer. “Esperamos que, se os espectadores respeitarem as normas, seja possível também transmitir a partida entre Irã e Portugal no estádio”, disse Siavoshi, destacando que esse pode ser o início de uma maior abertura às famílias nos estádios.
Os mais conservadores da República Islâmica se opõem à presença das mulheres nas arenas esportivas, alegando que o ambiente às vezes violento e infestado de linguagem inapropriada não é bom para elas. A proibição vem desde a Revolução Islâmica de 1979, ainda que algumas torcedoras desafiem a medida se vestindo como homens, até com perucas e barbas postiças.
Com a transmissão do jogo desta quarta em Azadí, as autoridades iranianas afrouxaram as restrições em um período que o governo local sofre pressão e protestos políticos pela má situação econômica do país.
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