Saiba quem é quem nas semifinais da Copa do Mundo do Catar

Decisão do Mundial pode ter repeteco de 2018, jogo valendo tri, duelo com campeão inédito ou a primeira final sem europeus desde 1950

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2022 08h00 - Atualizado em 11/12/2022 12h25
Montagem sobre fotos: Estadão Conteúdo e EFE Montagem com Messi, Modric, Mbappé e Hakimi O argentino Messi, o croata Modric, o francês Mbappé e o marroquino Hakimi são destaques de suas seleções

As semifinais da Copa do Mundo do Catar estão definidas. Os jogos serão disputados nas próximas terça, 13, e quarta-feira, 14. Argentina e Croácia se enfrentam no primeiro duelo, às 16h (horário de Brasília) no Lusail Stadium. A seleção croata vem de vitória diante do Brasil nos pênaltis e quer repetir o feito de 2018, quando foi finalista da Rússia. A Argentina, por sua vez, busca o tricampeonato. O grito está preso na garganta do torcedor argentino desde 1986, ano da última conquista dos “hermanos”. A outra partida será entre a atual campeã (França) e a sensação da Copa (Marrocos), na quarta, também às 16h. Em caso de empate no tempo normal, o jogo irá para a prorrogação. Se a igualdade persistir, a vaga para a decisão será definida nos pênaltis. A final da competição será no dia próximo domingo, 18, no Lusail Stadium.

Se os dois europeus passarem, repetirão a final da última Copa do Mundo. Em 2018, na Rússia, a França bateu a Croácia por 4 a 2 e se sagrou bicampeã do mundo. Nas outras três possibilidades, a decisão é inédita. Caso os franceses enfrentem os argentinos, eles disputarão qual das duas seleções conquistará primeiro o seu tricampeonato. Um duelo entre Croácia e Marrocos garante um novo integrante ao rol de campeões mundiais. Já um Argentina x Marrocos quebra um longo tabu: desde 1950 não há uma decisão de Copa sem europeus. O histórico jogo entre Brasil e Uruguai aconteceu em um quadrangular final — na única vez que a Fifa adotou o formato —, mas, como os dois selecionados sul-americanos disputaram a taça na rodada derradeira, o Maracanazo (como ficou conhecida a trágica derrota brasileira ara a Celeste) é, sim, considerado uma final.

Argentina

Argentinos comemoram a classificação após bater a Holanda nos pênaltis (André Ricardo/Enquadrar/Estadão Conteúdo)

Na última Copa do Mundo do ídolo Lionel Messi, sem dúvidas este é o time mais forte da Argentina dos últimos anos. E todo o time está disposto a entregar um fim de ciclo digno ao ídolo argentino. Apesar da derrota inesperada na estreia, o time argentino é bastante encaixado e extremamente frio. A Albiceleste flertou com a eliminação na fase de grupos: precisava vencer o México para evitar a volta precoce para casa ainda na segunda rodada. E conseguiu. Mesma situação na terceira e última rodada da fase de grupos diante da Polônia, quando teve uma atuação convincente, conseguiu a classificação e ganhou “casca” para o restante da competição. Passou pela Austrália após vencer por 2 a 1, e veio o duelo contra a Holanda. Os argentinos foram superiores e abriram 2 a 0, mas, no final da partida, sofreram o empate. Apesar do baque, os atletas souberam manter a cabeça no lugar e até tiveram chances de voltar a ficar à frente do placar. Nos pênaltis, brilhou Martínez, que defendeu duas cobranças e ajudou os “hermanos” a se garantirem na semifinal, confirmando o favoritismo dos últimos sul-americanos no Mundial. Messi faz uma ótima Copa e balançou as redes em todos os jogos de sua seleção — só passou em branco contra a Polônia. O time, no entanto, apresenta momentos de pane durante os jogos, o que pode ser perigoso nesta reta final.

Campanha

22/11 – Argentina 1 x 2 Arábia Saudita
26/11 – Argentina 2 x 0 México
30/11 – Polônia 0 x 2 Argentina
03/12 – Argentina 2 x 1 Austrália
09/12 – Holanda 2 x 2 Argentina (4 a 3 nos pênaltis)

Croácia

Croatas correm para comemorar vitória nos pênaltis

Liderada por Modric, Croácia chegou às semifinais pela segunda vez consecutiva (Rodolfo Buhrer/Fotoarena/Estadão Conteúdo – 09/12/2022)

Atual vice-campeã do mundo, a Croácia tem sua estratégia de jogo bem definida: cadenciar o jogo, ter superioridade numérica no meio-campo, dominar os espaços e travar o adversário — estratégia que funcionou perfeitamente contra o Brasil, em mais uma classificação nos pênaltis. Até mesmo o contra-ataque adversário era facilmente brecado. O time se mostra fiel ao esquema que tem funcionado até aqui. Nas penalidades, os croatas contam com o goleiro Livakovic, que defendeu três cobranças contra o Japão e uma contra a Seleção Brasileira. O estilo de jogo croata é conhecido, e para combatê-lo é preciso tirar o conforto permitido pelos brasileiros nas quartas de final. Em contrapartida, poderá sofrer com o desgaste físico, visto que vem de duas disputas por pênaltis. Modric, o craque do time, já tem 37 anos. Além disso, os croatas também costumam pecar bastante na finalização.

Campanha

23/11 – Marrocos 0 x 0 Croácia
27/11 – Croácia 4 x 1 Canadá
01/12 – Croácia 0 x 0 Bélgica
05/12 – Japão 1 x 1 Croácia (3 a 1 nos pênaltis)
09/12 – Croácia 1 x 1 Brasil (4 a 2 nos pênaltis)

França

Giroud e Mbappé se abraçam, com o segundo ponto a mão no rosto do primeiro

Giroud e Mbappé são destaques do melhor ataque da Copa do Mundo do Catar (Fabio Ferrari/LaPresse/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo – 10/12/2022)

Poucas equipes possuem jogadores tão decisivos como a França. Esse poder de decisão é visto não só na seleção, mas também em clubes. O principal deles é Mbappé, artilheiro da Copa do Mundo e com uma apurada visão de jogo, capaz de desequilibrar até mesmo quando não está bem. Além disso, os franceses possuem uma defesa bastante sólida, tendo em Umtiti um dos pilares de sua retaguarda. O contra-ataque francês é outro ponto forte da equipe, normalmente puxado por Griezmann. Apesar dos desfalques (Pogba, Kanté e Benzema não estão no Catar porque se lesionaram), a França chama atenção por sua força coletiva. Prova disso é que, mesmo sem algumas de suas grandes estrelas, o técnico Didier Deschamps possui talentos para suprir as ausências. A lenta recomposição dos laterais e a falta de um combate defensivo mais intenso ainda é preciso ser visto com mais atenção, além dos “apagões” que vira e mexe ocorre na equipe durante os jogos.

Campanha

22/11 – França 4 x 1 Austrália
26/11 – França 2 x 1 Dinamarca
30/11 – Tunísia 1 x 0 França
04/12 – França 3 x 1 Polônia
10/12 – Inglaterra 1 x 2 França

Marrocos

Marroquinos se ajoelham para celerbrar classificação inédita para as semifinais

Marrocos é a primeira seleção africana a chegar nas quartas de final da Copa do Mundo (Ricardo/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 10/12/2022)

Marrocos é uma seleção bastante corajosa e com um bom toque de bola. E, acima de tudo, uma equipe organizada taticamente. Nesta edição, nenhuma uma seleção se entregou mais no gramado quanto os marroquinos na classificação histórica contra a Espanha. Apesar de deixar o adversário mais tempo com a bola nos pés, a organização da equipe dirigida pelo técnico Walid Regragui faz o time sofrer pouco. Prova disso é que Marrocos está invicto e e tem a melhor defesa da competição, com apenas um gol sofrido, marcado contra, na vitória sobre o Canadá por 2 a 1. O goleiro Bono é um dos destaques da equipe, com duas defesas durante as penalidades. Mas Hakimi é, sem dúvida, a grande estrela. Além disso, o selecionado do norte da África conta com o apoio de boa parte dos torcedores. Na semifinal, o adversário é nada menos do que o atual campeão mundial. A estratégia de deixar a bola mais tempo no pé dos franceses pode ser arriscada.

Campanha

23/11 – Marrocos 0 x 0 Croácia
27/11 – Bélgica 0 x 2 Marrocos
01/12 – Canadá 1 x 2 Marrocos
06/12 – Marrocos 0 x 0 Espanha (3 a 0 nos pênaltis)
10/12 – Marrocos 1 x 0 Portugal

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