Copa do Mundo eleva jogadores costarriquenhos ao nível de celebridades
Douglas Marín.
San José, 13 jul (EFE).- Caminhar tranquilamente por qualquer rua da Costa Rica se tornou coisa do passado para os jogadores da seleção de futebol do país devido à brilhante campanha na Copa do Mundo, que elevou os integrantes do elenco ao nível de celebridades.
A recepção que os jogadores tiveram na terça-feira foi marcante. Centenas de milhares de pessoas lotaram as ruas da capital San José para privilegiar os novos herois do pequeno país centro-americano.
O motivo é simples. Ninguém apostava que a equipe chegaria às quartas de final do torneio, principalmente porque os costarriquenhos estavam no chamado “grupo da morte” do torneio, ao lado de Itália, Inglaterra e Uruguai, todas campeãs mundiais.
Um dos mais queridos da torcida é o meia Celso Borges, que defende o AIK, da Suécia. Nos últimos dias, o jogador ganhou fama com o público feminino, fenômeno batizado pela imprensa local como “A Celsomania”.
Durante a recepção da equipe, Borges tomou o microfone e demonstrou que, além de qualidade futebolística, também tem talento para ser animador de torcida quando apresentou um por um dos companheiros de equipe.
Durante a Copa, Borges surpreendeu muitos ao responder perguntas em três idiomas e, inclusive, mostrou um lado sensível ao chorar em uma entrevista após vencer a Grécia em disputa de pênaltis nas oitavas de final.
Nas redes sociais, o meia recebeu centenas de elogios e também se tornou alvo de “memes”. Uma menina chegou a publicar na internet uma lista de motivos para se casar com o jogador.
Borges também seria recebido com festa em Tibás, onde nasceu, ao norte de San José, mas o evento teve que ser cancelado, pois o jogador precisava retornar à Suécia para se reintegrar ao clube.
“Foi uma loucura. Acho que nunca em minha vida vou viver algo assim”, declarou Borges à imprensa sueca sobre a recepção calorosa que a torcida proporcionou à equipe.
A fama também alcançou Joel Campbell. O atacante do Arsenal, os defensores Roy Miller e Giancarlo González tiveram que ser escoltados pela polícia para sair de uma homenagem na quinta-feira, em um parque da cidade de Desamparados.
Uma multidão de torcedores se empurrava para conseguir um autógrafo ou uma foto dos que, há pouco tempo, eram seus vizinhos, o que obrigou a polícia a acompanhar os jogadores para que saíssem do local.
Um dia antes, Campbell e outros companheiros tiveram que sair às pressas de uma loja de artigos esportivos que organizou um evento para a assinatura de autógrafos que parecia eterna diante das centenas de torcedores presentes.
Destaque da seleção costarriquenha, o goleiro Keylor Navas, os atacantes Bryan Ruiz e Randall Brenes e o lateral-direito Cristian Gamboa também foram recebidos com homenagens.
O município de Pérez Zeledón renomeou o estádio local como Keylor Navas Gamboa, em homenagem ao goleiro que lá nasceu e que foi indicado ao prêmio Luva de Ouro da Copa do Mundo.
O mesmo foi decidido pela prefeitura de Santa Ana, a 10km de San José, que renomeará seu modesto estádio com o nome do zagueiro Michael Umaña.
O defensor de origem nicaraguense Óscar Duarte, autor de um gol sobre o Uruguai, também foi recebido como uma estrela em Manágua, capital do país vizinho, por centenas de torcedores, assim como em sua cidade natal, Catarina.
Todos os convocados e o técnico, o colombiano Jorge Luis Pinto, foram homenageados pela cidade de San José pelo extraordinário trabalho na Copa do Mundo e pelo exemplo de sucesso e superação que deram aos costarriquenhos.
Jorge Luis Pinto não escapou da “loucura” pela seleção. No Congresso da Costa Rica, os deputados agilizam um projeto de lei para outorgar a cidadania honorária ao treinador.
A fascinação dos torcedores ao redor dos jogadores se compara com a ocorrida em 1990, quando a equipe, em sua primeira Copa do Mundo, chegou às oitavas de final, uma conquista que só foi superada neste ano. EFE
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