CPB se impressiona com resiliência de Follmann: “seria um grande paratleta”
Jackson Follmann teve parte da perna direita amputada no acidente de novembro do ano passado
Jackson Follmann teve parte da perna direita amputada no acidente de novembro do ano passadoNa psicologia, “resiliência” é a capacidade que um indivíduo tem de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. Talvez não haja termo que defina melhor o que chamou a atenção do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em recente visita a Jackson Follmann, goleiro que teve uma das pernas amputada no acidente da Chapecoense.
Escolhido para representar a entidade na conversa com o jogador de 24 anos, o vice-presidente e secretário geral do CPB, Mizael Conrado, impressionou-se com a força de espírito de Follmann.
Durante os poucos minutos de papo com o goleiro, Conrado, que é cego e já foi eleito o melhor jogador do mundo no futebol de cinco, teve a certeza de que o sobrevivente do voo LaMia será um grande paratleta – caso opte por seguir este caminho, é lógico.
“Quando você passa por uma situação como essa (amputação de um membro), há alguns estágios: primeiro, você lamenta pelo cerceamento dos movimentos, depois, começa a aceitar e, no final, consegue vislumbrar um futuro. Mas… Pelo que eu pude perceber, o Folmann avançou muito rápido da primeira etapa. Ele praticamente não passou por ela. Já se aceitou e está pensando no que está por vir“, revelou o dirigente, em entrevista exclusiva a Fredy Junior, para a Rádio Jovem Pan.
“A visita me deixou bastante feliz. Ele é uma pessoa muito resiliente“, acrescentou Conrado, que, apesar da conversa, ainda não sabe se Follmann vai, de fato, querer se dedicar à carreira paralímpica.
O agora ex-goleiro já colocou prótese na perna direita e deve aceitar o convite da Chapecoense para trabalhar na área diretiva do clube. A possibilidade de iniciar uma carreira paralímpica, no entanto, nunca foi descartada pelo gaúcho – o que anima o CPB.
“Não falamos nada objetivamente sobre o esporte paralímpico, porque essa decisão tem de partir dele. Mas colocamos o Comitê Paralímpico Brasileiro à inteira disposição dele. Quando, e se, o Follmann quiser se tornar um atleta paralímpico, vamos apoiar“, afirmou Conrado.
“Pela força de espírito e perfil, não tenho dúvidas de que ele seria um grande atleta paralímpico, com enorme possibilidade de brilhar representando o País. O Follmann seria uma bandeira de inclusão não só no Brasil, como no mundo inteiro“, finalizou.
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