Cuba está aberta a propostas do exterior para contratação de seus atletas

  • Por Agência EFE
  • 22/01/2015 15h09
Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, 2007: atletas cubanos desfilam na cerimônia de abertura da 15ã edição dos Jogos Pan-Americanos, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). (Rio de Janeiro, RJ, 13.07.2007. Foto de Moacyr Lopes Junior/Folhapress) Folhapress Delegação de Cuba na abertura do Pan de 2007. Agora

Cuba está aberta a contratação de seus atletas por equipes do exterior desde que o intercâmbio sirva como estímulo à carreira e aprimore os resultados dos esportistas, informaram diretores do governo da ilha citados nesta quinta-feira pela imprensa local.

“Estamos abertos a propostas nos 35 esportes de alto rendimento”, afirmou o vice-presidente de Atividade Esportiva do Instituto Nacional de Esportes, Recriação e Educação Física de Cuba (Inder), Jorge Polo.

O diretor indicou que o “princípio fundamental” é que a transferência para o exterior “garanta o bem-estar do atleta e sirva como estímulo e reconhecimento para a trajetória nos times nacionais”.

Além disso, admitiu que esse tipo de intercâmbio representa uma vantagem porque permite uma “melhor preparação, oferece (aos atletas) uma nova experiência e representa uma economia para o país”.

Explicou também que as Federações Esportivas Nacionais têm a orientação para estudar os lugares mais “propícios” para inserir seus atletas em outros países.

Como parte dessa política, o Inder inscreveu cinco atletas – Alfredo Despaing, Héctor Mendonza, Frederich Cepeda e os irmãos Yulieski e Lourdes Gourriel – em três times da Liga Profissional de Beisebol do Japão neste ano.

Além disso, o vôlei também foi incluído nesse novo tipo de experiência, segundo afirmou hoje o jornal oficial cubano “Granma”. O ponteiro Javier Ernesto Jiménez se tornou o primeiro jogador do país a ser contratado pelo PAOK, da Grécia.

Em setembro de 2013, o presidente Raúl Castro deu início ao processo de abertura esportiva do país, fato consolidado em 2014. Depois de 50 anos de proibição, atletas cubanos foram autorizados a fechar contratos com clubes no exterior, receber aumentos salariais e bônus por mérito nas competições.

Antes da liberação, foram vários os exemplos de esportistas que, durante competições em outros países, fugiam das concentrações cubanas e pediam asilo político.

Grande parte dos casos ocorreu nos Estados Unidos, que anunciou recentemente a normalização das relações diplomáticas com Cuba, o que pode permitir uma reaproximação e até mesmo contratações de atletas da ilha por times americanos, especialmente de beisebol.

O vice-presidente econômico do Inder, Arnaldo Batista, disse que o órgão está avaliando propostas em outros esportes, como o boxe, o basquete e o futebol. No entanto, ele afirmou que é um processo complexo, por causa das diferenças das modalidades.

Segundo ele, cada federação também tem suas “normas e especificidades”.

“É algo novo e por isso os passos são lentos. Mas já conseguimos romper o gelo e, pouco a pouco, isso vai crescer”, afirmou Batista.

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