Cuba procura se manter como a segunda força dos Jogos Pan-Americanos

  • Por Agência EFE
  • 07/07/2015 20h04
Reprodução Boxeador cubano

Cuba participará dos Jogos Pan-Americanos de Toronto com uma delegação de 461 atletas, classificados em 31 modalidades esportivas, que terá com principal desafio garantir o segundo lugar no quadro de medalhas, posição que a ilha vem mantendo na competição regional desde 1971.

A delegação cubana participará de 232 das 365 provas convocadas para os jogos continentais, de acordo com os últimos relatórios divulgados por autoridades do Instituto Nacional de Esportes (Inder).

A comitiva será liderada por figuras como o lutador Mijaín López, porta-bandeira da delegação e bicampeão olímpico no estilo greco-romano; e o atual número 1 do mundo no salto triplo, Pedro Pablo Pichardo, uma das grandes esperanças da ilha no atletismo.

Entre os atletas da delegação cubana, 61% participam pela primeira vez nos Jogos Pan-Americanos, enquanto 159 repetem sua atuação. A média de idade dos integrantes é de 25 anos.

“Realizamos uma preparação muito boa, por isso Cuba vai a Toronto com o objetivo de manter o segundo lugar, algo que fazemos desde os Jogos Pan-americanos de Cáli, em 1971”, garantiu para a imprensa cubana o presidente do Inder, Antonio Becali.

Segundo o órgão estatal, atletismo, boxe, judô, luta e taekwondo se mantêm entre os esportes que mais medalhas podem ser garantidas pela delegação cubana neste ano.

Outras modalidades têm grandes possibilidades, como remo, tiro, canoagem e ciclismo feminino, enquanto beisebol, basquete e handebol feminino têm as maiores chances entre os esportes coletivos.

O beisebol, considerado o esporte nacional na ilha, pretende reconquistar o título que perdeu há quatro anos na modalidade masculina, enquanto a equipe feminina tentará ganhar uma medalha pela primeira vez em sua história.

O diretor de Alto Rendimento da Inder, José Antonio Miranda, admitiu em maio deste ano a má fase atual de esportes com que a ilha chegou a dominar nos Jogos Pan-Americanos, como o vôlei, e pediu que os cubanos mostrassem sua “alta eficiência” e seu “espírito de luta” nas provas que serão disputadas em Toronto.

Uma previsão recente do Inder indica que Cuba deve superar as 50 medalhas de ouro, número similar aos 58 títulos que conseguiu nos últimos Jogos, em Guadalajara, no México.

Em Guadalajara, a ilha voltou a ficar no segundo lugar por países no quadro de medalhas, somando 35 medalhas de prata e 43 de bronze às 58 de ouro, ficando atrás dos Estados Unidos, que mantiveram sua liderança histórica.

O atletismo e os esportes de combate foram responsáveis por 74% desses títulos.

Cuba vem mantendo o segundo lugar no quadro de medalhas desde 1971, mas em 1991, quando Havana foi a sede dos Jogos, conseguiu a liderança com 140 ouros, “roubando” o lugar dos Estados Unidos do topo.

A manutenção do segundo lugar, contudo, pode ser mais difícil neste ano, conforme admitem as autoridades esportivas, sobretudo pela pressão do Canadá, na qualidade de país anfitrião que participará de todas as provas, e do Brasil, que será sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Para Miranda, “será uma briga muito forte”, sem perder de vista outras nações que nos últimos anos elevaram seu nível esportivo como México, Venezuela, Colômbia, Jamaica e República Dominicana, entre outras.

O primeiro vice-presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, também se referiu a “difícil” tarefa que será conservar o segundo lugar, durante a cerimônia de apresentação dos atletas da delegação que vai ao Pan, no dia 22 de junho.

Segundo a imprensa local, o número 2 do governo cubano também comentou que os atletas locais estarão expostos a “muitas provocações” no Canadá, em uma aparente alusão às ofertas que os esportistas possam receber para desertar ou às críticas políticas contra Cuba.

No entanto, Díaz-Canel acrescentou que os atletas cubanos também terão em Toronto “o apoio de movimentos de solidariedade que compartilham os ideais da Revolução cubana”.

Por outra parte, o Instituto de Medicina Esportiva de Cuba informou que exames antidoping vêm sendo realizados na maioria dos atletas que vão a Toronto.

Entre as principais recomendações dessa entidade à comitiva estão as alimentícias, para evitar que os atletas comam fora dos lugares estabelecidos oficialmente. 

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