Cuca é punido com suspensão de dois jogos por uso de equipamento eletrônico

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/06/2016 13h38
SÃO PAULO, SP - 14.03.2016: TREINO DO PALMEIRAS - O técnico Cuca é apresentado como novo treinador da SE Palmeiras, após treinamento, na Academia de Futebol, no bairro da Barra Funda. (Foto: Cesar Greco / Fotoarena) Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação Cuca - Divulgação

O técnico Cuca, do Palmeiras, foi punido com dois jogos de suspensão pelo uso de comunicação eletrônica no jogo com o Fluminense, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Os auxiliares Cuquinha e Alberto Valentim receberam a mesma punição A decisão foi da 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que se reuniu no fim da manhã desta quinta-feira.

A aplicação da pena começa a valer nesta quinta, de acordo com José Perdiz, presidente da comissão julgadora, que comunicará oficialmente o Palmeiras da punição. Assim, Cuca e seus auxiliares não poderão atuar no jogo desta noite diante do Grêmio, no Allianz Parque, e também na partida contra o Flamengo, mo próximo domingo, a menos que consigam um efeito suspensivo até a decisão final, do Tribunal Pleno.

Nem Cuca, nem os auxiliares, comparecem ao julgamento desta quinta em função do jogo do Palmeiras com o Grêmio. O treinador, porém, gravou um vídeo que foi apresentado no início da sessão. Nele, Cuca admitiu a “tentativa” de usar comunicação eletrônica na partida com o Fluminense.

“Eu estava (trabalhando) na China, onde era permitido o uso de rádio”, comentou inicialmente o técnico. “Eu tentei usar o rádio (no jogo com o Fluminense), e não funcionou. Não funcionou. Eu tentei antes do jogo ligar o aparelhinho e não funcionou”, declarou, para depois afirmar que “isso não vai se repetir de forma alguma”.

Responsável por sustentar a acusação, a procuradora Giseli Amantino reiterou o pedido de punição, e comentou sobre a época em que o técnico Vanderlei Luxemburgo se notabilizou por assistir o primeiro tempo das partidas das cabines e usar comunicação via rádio para passar instruções aos auxiliares, que ficavam à beira do campo. 

“O Luxemburgo fazia o uso do equipamento quando não estava suspenso, e quando não havia uma legislação específica proibindo isso”, lembrou a procuradora. No jogo entre Palmeiras e Fluminense, Cuca estava suspenso pela expulsão no jogo anterior, diante da Ponte Preta – o julgamento sobre essa expulsão será na próxima semana.

Advogado do Palmeiras, André Sica pediu absolvição de Cuca, ou, no máximo, uma advertência. “No jogo do Fluminense, o Cuca ia tentar, sim, a comunicação. Sem o nosso conhecimento, mas ia sim O fato é: o ponto não funcionou”, defendeu Sica. “Considerando que o Cuca ficou suspenso quando não deveria (o advogado afirmou que a expulsão diante da Ponte foi equivocada), é absolutamente (réu) primário e tem atuação irrepreensível, o caso é de absolvição.”

Relator do processo, o auditor Marcio Amaral preferiu concordar com os argumentos da procuradoria. Ele reiterou que Cuca estava suspenso e, mesmo assim, assistiu ao jogo de uma posição privilegiada (camarote) para passar informações. “Essa situação é antiética”, afirmou Amaral. “A questão de que não funcionou a comunicação é difícil de comprovar.” O relator pediu punição de dois jogos para o técnico e os auxiliares. Os demais auditores concordaram com a aceitação da denúncia, mas houve algumas divergências na dosimetria das punições.

Gerente de Marketing do Palmeiras, Eduardo Vicente da Silva também havia sido denunciado, mas o tribunal considerou que o caso “não procedia” e não julgou o funcionário.

MUDANÇA – A partir de julho, a procuradoria do STJD sofrerá sua mais importante mudança na última década. O procurador-geral, Paulo Schmitt, não irá concorrer para um novo mandato – ele está no cargo desde 2006. O tribunal também terá mudança na presidência e na composição do Pleno.

Paulo Schmitt se notabilizou por sempre ter posições duras e pedir punições pesadas nos julgamentos. A atuação do procurador muitas vezes foi motivo de críticas de advogados de clubes. Este ano, um abaixo assinado organizado por clubes da Série A do Campeonato Brasileiro pediu o afastamento de Schmitt após o vazamento de uma troca de e-mails entre ele e dirigentes da CBF, que levantou a suspeita de interferência em julgamentos.

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