Cunha diz que há possibilidade de CPI mista para investigar irregularidades na CBF
Diante da notícia da prisão, nesta quarta-feira (27), pela polícia da Suíça de sete dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) acusados de corrupção, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e membro do comitê executivo da entidade, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que há possibilidade de constituição de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) mista – de deputados e senadores – para investigar eventuais irregularidades na CBF.
No passado, já houve a tentativa, sem sucesso, de instalar uma CPI no Senado. Na Câmara, há uma fila de pedidos que deve ser respeitada. Segundo o presidente da Casa, uma CPI composta de senadores e deputados não está descartada.
“Tem sempre o mecanismo da CPI mista. Se tiver o número de 1/3 de assinaturas da Câmara e do Senado, pode ser instalada e é automática. Se for na Câmara, você tem a fila, é inevitável, não há como fugir da fila. Então, se for o caso…”, observou Cunha. “Eu não tenho os detalhes [da prisão dos dirigentes da Fifa]. Tomei conhecimento por alto. Mas se houver o mesmo ambiente na Câmara e no Senado, que se construa a CPI mista. É o mais provável.”
Reforma política
Eduardo Cunha voltou a comentar as divergências em torno da reforma política, tema que domina as votações da semana no Plenário. Segundo ele, as matérias devem ser apreciadas, aprovadas ou rejeitadas. O presidente lembrou que não há histórico no comando da Casa de alguém que tenha incluído efetivamente a reforma na pauta e disse que não considera uma derrota a rejeição, na noite de terça, do chamado distritão. Defendido por ele, o modelo previa que os deputados e vereadores seriam eleitos apenas de acordo com a quantidade de votos recebidos, no sistema majoritário.
“Eu me sinto vitorioso porque eu não consigo lembrar de alguém que conseguiu botar para votar. Eu consegui botar para votar, da forma como está colocada, com todos os pontos sendo votados rapidamente, com todo mundo podendo expressar sua posição. Isso é uma vitória, uma vitória da democracia, é uma vitória da Câmara, que consegue fazer as pautas que a sociedade quer. É o que a sociedade queria, votar a reforma política, eu pautei pela sociedade. Não tem projeto de ninguém, tanto que não estamos votando um projeto inteiro. Se a gente votasse um texto inteiro, um projeto inteiro é que seria tentar impor uma reforma.”
Cunha avaliou ainda que existem várias maneiras de se fazer a reforma, inclusive não votando e que a maioria da Câmara fez a opção de manter o atual modelo de eleição de deputados e vereadores. O presidente destacou também que agora todos deverão explicar ao eleitorado os votos contrários aos modelos A, B ou C e citou o Partido dos Trabalhadores, que segundo Cunha, votou, nesta terça, contra todos os modelos e não disse o que quer.
“É preciso cobrar porque no dia da eleição em segundo turno da Presidência da República, a própria presidente, na sua primeira fala, defendeu a reforma política, mas seu partido não quis votar nada”, destacou.
O presidente da Câmara concluiu que, mesmo com as divergências, o Parlamento deveria comemorar o fato de a reforma política não ter sido engavetada.
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