De aposentada a esperança de medalha, Joanna Maranhão faz 28 anos; relembre carreira
A carreira de Joanna Maranhão começou cedo, e tudo aconteceu muito rápido. Com 17 anos, ela já era uma das esperanças da natação brasileira, o que conseguiu corresponder com uma medalha de bronze no Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003. Nesta quarta-feira (29), doze anos depois, Joanna faz 28 anos e, de volta às piscinas, ela é novamente uma das apostas para medalhas no Pan do Canadá.
A pernambucana de Recife não foi bem nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e teve de ir recuperando sua melhor forma aos poucos. A próxima medalha veio no Pan do Rio em 2007, outra vez de bronze, nos 4x200m. Nas Olimpíadas de Pequim em 2008, entretanto, novamente ficou longe do pódio, e se recuperou no Pan de Guadalajara, em 2011, com uma prata nos 400m medley.
Altos e baixos também fora das piscinas
A vida pessoal de Joanna, assim como sua carreira, tem sido até aqui uma montanha russa. Ela nunca foi de contemporizar nas entrevistas, preferindo as declarações fortes e impactantes. Como quando revelou ter sido abusada sexualmente por seu treinador quando tinha nove anos de idade. Para se recuperar desse episódio, a nadadora foi à luta: processou seu ex-técnico, ajudou a fundar uma ONG para apoiar quem sofreu dessa violência e participou do projeto de lei que aumentou o prazo para que crimes de pedofilia prescrevam – lei que, posteriormente, foi batizada com seu nome.
Em 2012, ela criticou, por meio de sua conta no Twitter, o fato de não receber apoio da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para disputar o GP de Missouri, nos EUA. Também lamentou o fato de a classe dos nadadores ser desunida e ter de bancar do próprio bolso o custeio das viagens e de sua equipe nas competições em que representou o Brasil. Foi esse custo que, segundo ela, resultou em uma dívida de 400 mil reais.
Joanna Maranhão chegou a se aposentar no começo de 2014 e procurou começar uma carreira como treinadora. Porém, essa nova realidade não durou muito, e em 2015 a nadadora já está de volta à ativa, inclusive batendo o recorde sul-americano no revezamento 4x200m livre durante a disputa do Troféu Maria Lenk. Já está convocada para o Pan-Americano deste ano, no Canadá, onde tentará mais uma vez encontrar uma parte alta nesta montanha-russa que é sua vida.
Pelo número de vezes em que já fez isso, não é excesso de otimismo pensar que Joanna possa brilhar novamente.
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