De aposentada a esperança de medalha, Joanna Maranhão faz 28 anos; relembre carreira

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2015 21h21
RIO DE JANEIRO, RJ, 09.04.2015: MARIA-LENK - Joanna Maranhão na premiação pelo primeiro lugar nos 200m borboleta feminino, no quarto dia do Troféu Maria Lenk, realizado no parque aquático Jorge Frias de Paula, nas Laranjeiras na zona sul do Rio de Janeiro (RJ), nesta quinta-feira (9). (Foto: Paulo Campos/Folhapress) Folhapress Após anunciar aposentadoria

A carreira de Joanna Maranhão começou cedo, e tudo aconteceu muito rápido. Com 17 anos, ela já era uma das esperanças da natação brasileira, o que conseguiu corresponder com uma medalha de bronze no Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003. Nesta quarta-feira (29), doze anos depois, Joanna faz 28 anos e, de volta às piscinas, ela é novamente uma das apostas para medalhas no Pan do Canadá.

A pernambucana de Recife não foi bem nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e teve de ir recuperando sua melhor forma aos poucos. A próxima medalha veio no Pan do Rio em 2007, outra vez de bronze, nos 4x200m. Nas Olimpíadas de Pequim em 2008, entretanto, novamente ficou longe do pódio, e se recuperou no Pan de Guadalajara, em 2011, com uma prata nos 400m medley.

Altos e baixos também fora das piscinas

A vida pessoal de Joanna, assim como sua carreira, tem sido até aqui uma montanha russa. Ela nunca foi de contemporizar nas entrevistas, preferindo as declarações fortes e impactantes. Como quando revelou ter sido abusada sexualmente por seu treinador quando tinha nove anos de idade. Para se recuperar desse episódio, a nadadora foi à luta: processou seu ex-técnico, ajudou a fundar uma ONG para apoiar quem sofreu dessa violência e participou do projeto de lei que aumentou o prazo para que crimes de pedofilia prescrevam – lei que, posteriormente, foi batizada com seu nome.

Em 2012, ela criticou, por meio de sua conta no Twitter, o fato de não receber apoio da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para disputar o GP de Missouri, nos EUA. Também lamentou o fato de a classe dos nadadores ser desunida e ter de bancar do próprio bolso o custeio das viagens e de sua equipe nas competições em que representou o Brasil. Foi esse custo que, segundo ela, resultou em uma dívida de 400 mil reais.

Joanna Maranhão chegou a se aposentar no começo de 2014 e procurou começar uma carreira como treinadora. Porém, essa nova realidade não durou muito, e em 2015 a nadadora já está de volta à ativa, inclusive batendo o recorde sul-americano no revezamento 4x200m livre durante a disputa do Troféu Maria Lenk. Já está convocada para o Pan-Americano deste ano, no Canadá, onde tentará mais uma vez encontrar uma parte alta nesta montanha-russa que é sua vida.

Pelo número de vezes em que já fez isso, não é excesso de otimismo pensar que Joanna possa brilhar novamente.

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