De exemplo à instabilidade: o que aconteceu com o Corinthians?

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2016 21h49
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MG - BRASILEIRÃO/CRUZEIRO E CORINTHIANS - ESPORTES - O jogador Marlone após a partida entre Cruzeiro MG e Corinthians SP válida pelo Campeonato Brasileiro 2016, no Estádio Mineirao, em Belo Horizonte (MG), neste domingo (11). 11/12/2016 - Foto: CRISTIANE MATTOS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO CRISTIANE MATTOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Com a derrota para o Cruzeiro

16 de dezembro de 2012. Há quatro anos, o Corinthians se tornava campeão mundial de clubes pela segunda vez ao bater o Chelsea por 1 a 0, com gol de Paolo Guerreiro. O triunfo em Yokohama, no Japão, completava um ciclo de vitórias grandiosas do time comandado por Tite, como o Brasileiro e a Libertadores, e coroava a gestão de Mário Gobbi, que conseguiu dar sequência a reestruturação iniciada por Andrés Sanchez na Série B de 2008.

16 de dezembro de 2016. O Corinthians de hoje se encontra longe da briga por títulos, não tem mais Tite e Guerrero, muito menos uma diretoria que consiga dar condições e tranquilidade para o time realizar um bom trabalho. Em quatro anos o clube que era exemplo para os rivais se transformou em um dos times mais instáveis do Brasil. Hoje o alvinegro não tem treinador, está fora da Libertadores e não tem perspectiva para 2017.

Mas, afinal, como o Corinthians chegou a essa situação? A Jovem Pan Online responde:

Questões políticas e brigas internas

Roberto de Andrade foi eleito presidente do Corinthians em 2015 ao vencer Antônio Roque Citadini. Com a missão de renovar o clube de forma transparente, como prometeu em sua campanha, o mandatário não conseguiu corresponder. Desde que assumiu a presidência, Andrade acumulou polêmicas, dentro e fora do clube, que levaram até um grupo de conselheiros alvinegros a abrir um pedido de impeachment contra o cartola.

Verdade que em 2015 a instabilidade política ficou em segundo plano pelo título brasileiro conquistado por Tite. Mas, em 2016, principalmente após a saída do treinador, a má gestão refletiu dentro de campo. Andrade teve dificuldades para manter o salário dos atletas em dia, levando muitos a deixaram o clube. O presidente não soube também contornar os problemas relacionados ao Itaquerão e a pressão aumentou ainda mais.

Debandada para a China e reforços que não vingaram

Campeão brasileiro ano passado, o Corinthians não conseguiu dar sequência ao bom momento em 2016. O ano começou com um desmanche no time titular alvinegro. Sem dinheiro para manter os principais jogadores, o clube se viu obrigado a vender seus destaques. Foram oito: Gil, Ralf, Jadson e Renato Augusto para a China, Vagner Love e Malcom para o futebol francês, e posteriormente, Felipe e Elias para o futebol português.

Faltou a contrapartida, já que o Corinthians não conseguiu trazer reforços à altura. Chegaram Guilherme, Giovanni Augusto e André (que também deixou o time posteriormente), insuficientes para fazer com que o time brigasse por títulos como nos anos anteriores, mesmo com Tite ainda no comando. No Paulista, o Timão foi eliminado pelo Audax na semi, enquanto na Libertadores a queda aconteceu nas oitavas para o Nacional, do Uruguai.

Saída de Tite para a Seleção Brasileira

Se com Tite no comando o momento já não era bom, sem ele a situação ficou ainda pior. O treinador corintiano foi convidado pela CBF para substituir Dunga, demitido após mais um fracasso frente à Seleção Brasileira. Tite saiu e deixou um time com um futebol abaixo daquele que era apresentado nos anos anteriores, mas o suficiente para que brigasse por uma vaga pela Libertadores.

Cristóvão Borges foi escolhido como o novo treinador alvinegro. Sem prestígio, mas bancado por Roberto de Andrade, o novo comandante tentou manter o padrão do time de Tite, mas logo o rendimento foi caindo e os resultados negativos começaram a se acumular. Antes imbatível em sua arena, o Corinthians não conseguia nem mais se impor em casa – a despedida de Cristóvão Borges foi após a derrota no clássico para o Palmeiras por 2 a 0.

Troca de comandantes

“Gostaria de informar que o treinador Cristóvão Borges não trabalha mais conosco. E também queria dizer que o auxiliar Fábio Carrille será o nosso treinador até o final do ano”. Com essas palavras que Roberto de Andrade anunciava o terceiro comandante alvinegro na temporada, algo que não acontecia há muitas temporadas no Parque São Jorge. Mas, as palavras do presidente parecem não ter valor.

Fábio Carille durou apenas um mês no Timão, sendo substituído por Oswaldo de Oliveira. De volta ao clube, o treinador responsável pela conquista do primeiro mundial corintiano tinha a missão de conquistar uma vaga no G6 do Brasileirão. Mas, em nove jogos disputados, conquistou apenas duas vitórias e o time alvinegro terminou na sétima colocação. Oswaldo de Oliveira foi demitido quatro dias após o termino da competição.

O que esperar para 2017?

Com uma campanha fraca no Brasileirão, que deixou o time de fora da Libertadores em 2017, o Corinthians dificilmente perderá jogadores para o futebol do exterior na próxima janela de transferências, como aconteceu este ano. No entanto, devido à deficiência técnica de boa parte do elenco, o Timão precisa ir atrás de reforços para a temporada, mesmo com apenas o Paulistão para disputar nos primeiros meses.

O primeiro grande desafio para 2017 será buscar reforços bons e baratos, já que a receita também será menor. Para isso é necessário definir o novo comandante: os mais cotados são Guto Ferreira e Vanderlei Luxemburgo. A diretoria precisa correr contra o tempo, pois os corintianos aguardam ansiosamente pelos novos capítulos e torcem para que eles sejam tão bons quanto aqueles escritos há 4 anos, ou menos sofrido que o de 2016.

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