De festa à decepção: o amargo gosto da estreia do Allianz Parque

  • Por Ana Cichon/ Jovem Pan
  • 20/11/2014 02h46
***FOTO EMBARGADA PARA INTERNET-CAPA DIÁRIO DE SP*** SÃO PAULO, SP, 19.11.2014: BRASILEIRO/PALMEIRAS-SPORT - Torcedor do Palmeiras - Partida entre Palmeiras x Sport, válida pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol 2014, no estádio Allianz Parque, nesta quarta-feira (19), em São Paulo. (Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress) Folhapress Palmeiras cai para Sport em abertura do Allianz Parque; veja imagens

Quatro anos, quatro meses e oito dias se passaram desde a despedida do torcedor palmeirense do Parque Antarctica. E se o adeus à antiga casa, de tantas glórias, ídolos e conquistas, não foi como esperado, com um convidado atrevido marcando dois gols, o retorno repetiu o mesmo enredo, com ares ainda mais dramáticos.

Em 2010, uma partida amistosa contra o Boca Juniors. A derrota por 2 a 0 de nada afetou o time, que aquele ano terminou o Campeonato Brasileiro na décima colocação, com 50 pontos. Hoje, depois de um rebaixamento à segunda divisão, um título da Série B e um troféu da Copa do Brasil, o clube se encontra em uma situação delicada na tabela, e viu o jogo de festa se transformar em decisão.

Mais de 35 mil torcedores, renda superior a R$ 4 milhões e a décima quarta posição no Brasileirão, com 39 pontos, três acima da zona de rebaixamento. Elementos que pareciam brigar entre si. O “convidado” da estreia do Allianz Parque – tido como estádio mais moderno da América Latina – foi o Sport, que não estava em clima de festa.

A atmosfera que preenchia o estádio antes do apito inicial era um misto de sentimentos: felicidade, emoção e orgulho da nova casa, mas também pressão, tristeza e sofrimento por ver a situação do time, justamente no ano de seu centenário.

O hino nacional foi abafado com “Palmeiras, Palmeiras, meu Palmeiras”. O decorrer do jogo teve “olê, porco”. E o fim foi marcado por “não é mole não, essa vergonha com a torcida do Verdão”. Em um intervalo de tempo de 105 minutos, os gritos de apoio passaram a xingamentos. A ansiedade de pisar pela primeira vez na casa nova se transformou em vontade de fugir, e antes mesmo do apito final vários torcedores deixaram seus assentos verdes.

As pernas dos onze jogadores em campo, e o homenzinho azul a beira do gramado, envolto em um mar verde, não tiveram a mesma força que as gargantas dos palestrinos que compareceram ao jogo. Assim como a última bola a balançar as redes do antigo Parque Antarctica não teve as cores verde e branca, o Allianz Parque viu seu gol ser carimbado com as cores rubro negras do visitante. Não apenas uma, mas duas vezes.

A festa passou, Palmeiras. E é preciso abrir os olhos para que o novo estádio não vire palco de partidas da Série B em 2015.

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