De Messi a Anderson: prêmio Golden Boy nem sempre acertou em suas apostas
Renato Sanches
Renato SanchesRealizado desde 2003 pelo jornal italiano Tuttosport, o prêmio Golden Boy é uma espécie de “Bola de Ouro” para os jogadores com até 21 anos. Em seus 13 anos de existência, o prêmio acertou em alguns dos seus palpites nos últimos anos, como Messi, que levou o prêmio em 2005, mas também foi ousado ao apontar que Anderson, do Internacional, era o melhor Sub21 de 2008.
O premiado desta edição foi o português Renato Sanches, um dos destaques da conquista da Eurocopa por Portugal e contratado aos 18 anos no Bayern. Lá, ainda não atuou por 90 minutos e sequer marcou gol.
Levando em conta esse começo discreto na equipe de Ancellotti, é possível prever que Sanches caia na “maldição” do Golben Boy, em que vários dos seus vencedores não renderam o tanto que se esperava deles. Os casos a se destacar são dos dois brasileiros que já levaram o prêmio: Anderson e Alexandre Pato.
O primeiro herdou a camisa 8 de Rooney e ficou sete anos no Manchester United, tendo marcado apenas 12 gols nos 181 jogos em que atuou. Foi emprestado para a Fiorentina e posteriormente vendido ao Internacional, onde também não agrada. Os episódios mais emblemáticos destes dois anos de Anderson na Inter envolvem tubo de oxigênio na Bolívia e brigas em treinos.
Já Alexandre Pato deixou o Inter para seguir carreira no Milan, que o comprou por 24 milhões de euros, segunda venda mais cara do futebol brasileiro até então, mas uma sequência de lesões o impediu de corresponder ao que se esperava dele. Quem também apostou no seu futebol foi o Corinthians, que o contratou por R$ 43 milhões, mas acabou colecionando decepções. Depois de três anos de empréstimos e banco, Pato chegou ao modesto Villarreal para recomeçar sua carreira na Europa.
Entre outros premiados que não vingaram estão nomes como o holandês Van der Vaart, que até teve seus anos de glória com o Real Madrid e a seleção holandesa e atualmente está no dinamarquês Midtjylland, e Balotelli, que em toda temporada tenta recuperar o espírito goleador dos seus anos de Internazionale e Manchester City, desta vez no Nice.
Tem talento, mas a disputa é maior
O Português já está conhecendo essa realidade no Bayern. Mesmo sendo um investimento do clube, não consegue seu espaço no time por conta de outros que atuam sempre bem. Este foi o caso de Mario Gotze, que deixou o Borussia Dortmund para seguir carreira no Bayern de Munique e amargou o banco de reservas por diversas vezes até voltar ao aurinegro.
Isco, do Real Madrid, também é uma vítima desta concorrência e acabou se tornando a quarta opção no meio do campo merengue, ocupado por Modric, Kross e Casemiro.
Ídolos
Renato Sanches pode não ser um dos maiores do mundo, mas pode garantir o status de ídolo de uma torcida, como alcançou Rooney, campeão do Golden Boy de 2004, que é o principal nome do Manchester United já há 12 anos e coleciona mais de 500 jogos, além de uma Champions e cinco Campeonatos da Inglaterra.
Aguero não atuou somente no Manchester City, mas com certeza vive seus melhores anos com a camisa dos Citizens, onde já conquistou duas Premier League. Apesar de ter perdido seu espaço com Guardiola, o argentino está na lista dos 30 candidatos à Bola de Ouro, revelada nesta segunda pela France Football.
Bola de Ouro mesmo só um
Se o Golden Boy é mesmo uma “Bola de Ouro” do Sub21, não é um erro dizer que ele acertou apenas uma vez em suas 14 apostas. O argentino Lionel Messi foi o único vencedor do prêmio italiano que conseguiu chegar ao prêmio máximo para um jogador de futebol. E não somente uma vez: foram cinco premiações, uma da France Football e outras quatro durante a parceria com a FIFA.
Se Renato Sanches vai entrar neste seleto grupo, isso só seu futebol nos próximos anos que poderá dizer. Porém, o Golden Boy dos últimos anos aponta alguns nomes que, se mantiverem o alto nível, podem brigar pelo trono dividido entre CR7 e Messi nas próximas temporadas. Pogba, Sterling e Martial foram os três últimos vencedores e têm futebol para serem os próximos grandes craques do futebol europeu. Isso se não caírem na “maldição” do prêmio italiano.
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