Decisão da Fifa de restringir uso de passarela do Maracanã revolta cariocas

  • Por Agencia EFE
  • 09/06/2014 18h58

Estádio do Maracanã recebe últimos reparos antes do começo da Copa do Mundo

EFE Estádio do Maracanã

A decisão da Fifa de limitar o uso de uma nova passarela que facilita o acesso ao Maracanã exclusivamente a autoridades e convidados da Copa do Mundo causou estranheza e indignação entre os cariocas.

A passarela de 500 metros, que liga a Quinta da Boa Vista ao estádio, foi inaugurada em maio para facilitar a saída do público, mas a Fifa, que neste mês assumiu a gestão do Maracanã, proibiu seu uso por parte dos torcedores.

O órgão reitor do futebol mundial transformou a passarela em caminho exclusivo para autoridades e convidados que precisam mover-se entre o estádio e os pavilhões que os patrocinadores da Copa instalaram no parque da Quinta.

O aposentado Walter Barcelos disse à Agência Efe não entender por que não pode beneficiar-se de uma obra paga com seus impostos. “Então para que serve a passarela? É só um enfeite?”.

Já a engenheira civil Michele Ramos foi impedida de passar com sua bicicleta pela passarela. “Eu não sabia que estava destinada apenas para VIPs durante a Copa. Eu pensava que atenderia as necessidades desta região… Fiquei um pouco decepcionada”, comentou.

Por sua vez, a Fifa alega questões de segurança para impedir o acesso do público à passarela, que custou quase R$ 110 milhões.

O pedreiro Mario José de Oliveira elogia a obra, mas não poupa à Fifa: “Estão muito errados. As pessoas que vivem do outro lado tem que atravessar para vir ao Maracanã, não ficar buscando caminhos para chegar”, lamentou.

O médico Camilo Junqueira vai mais longe: “O Ministério Público tem que intervir e dizer que a passarela é para atender ao público, porque é um investimento público”.

No entanto, segundo a lei, até o final da Copa, a Fifa ostenta o uso exclusivo do estádio e dita as normas, que nem sempre são populares.

 

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