“Deixaria meu corpo no tatame, mas não sairia daqui sem a medalha”, diz Mayra

  • Por EFE
  • 11/08/2016 20h34
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RJ - OLIMPÍADA/JUDÔ/MAYRA AGUIAR/BRONZE - ESPORTES - ***IMAGEM EMBARGADA PARA VEÍCULOS DO ESTADO DO PARÁ*** A judoca brasileira Mayra Aguiar comemora ao conquistar medalha de bronze na disputa do terceiro lugar contra a cubana Yalennis Castillo na categoria até 78 kg do judô feminino dos Jogos Olímpicos do Rio, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, nesta quinta-feira, 11. É a segunda medalha do Brasil no judô nesta edição dos Jogos. 11/08/2016 - Foto: TARSO SARRAF/ESTADÃO CONTEÚDO TARSO SARRAF/ESTADÃO CONTEÚDO Mayra Aguiar

Primeira mulher a conquistar duas medalhas olímpicas na história do judô brasileiro, a gaúcha Mayra Aguiar afirmou após a conquista do bronze da categoria meio-pesado (até 78kg) nos Jogos do Rio de Janeiro que deixaria até o corpo no tatame se necessário para conseguir repetir o feito de Londres 2012.

Mayra foi derrotada pela francesa Audrey Tcheuméo na semifinal e teve muito pouco tempo para se recuperar do trauma para voltar ao tatame e encarar a cubana Yalennis Castillo, prata em Pequim 2012, na disputa do segundo bronze de sua carreira e conseguir a terceira medalha do Brasil no Rio 2016.

“É um tempo muito curto. Consegui trocar esse sentimento ruim (da derrota para a francesa) por um positivo, forte, de garra, de vontade e até um pouco de raiva. Dá muita raiva perder, eu não gosto de perder, não admito isso. Eu ia deixar meu corpo no tatame, mas não iria sair daqui sem a medalha”, afirmou a judoca.

A gaúcha também tirou forças da experiência em Londres 2012, quando foi superada, também na semifinal, pela americana Kayla Harrison, que repetiu o ouro conquistado há quatro anos hoje no Rio.

“Lembrei (de Londres). Perdi uma medalha, mas não perdi a guerra. Ainda tinha luta. Foi uma nova competição para mim e eu sai campeã. Medalha olímpica não tem cor, é medalha olímpica. Não dava para sair daqui sem ela”, disse a atleta.

“Quando eu perdi aquela luta (para a francesa), eu coloquei na minha cabeça que vale a pena. Que eu não podia desistir ali. Do quanto é bom ser medalhista. Eu devia isso ao pessoal que acompanhou, torceu e estava comigo. Eu precisava dar essa alegria a eles. Essa energia me deu muita força para voltar e conquistar essa medalha”, acrescentou.

A gaúcha de Porto Alegre ressaltou o quão importante é para um judoca “sacudir a poeira” e buscar a recuperação em um esporte com uma competição tão dinâmica e com várias lutas em sequência.

“No judô, a gente tem isso. Primeiro você aprende a cair e depois a se levantar. Isso eu não podia deixar acontecer hoje. Eu caí e caí feio, me abalou muito. Mas eu tinha que voltar e conquistar essa medalha”, disse Mayra, que também comemorou o apoio da torcida, que mais uma vez lotou a Arena Carioca 2.

A brasileira elogiou o desempenho do judô brasileiro, especialmente o feminino, que além do bronze de hoje conquistou um ouro nos Jogos na última segunda-feira, com Rafaela Silva.

“É ótimo, a gente tem um time maravilhoso, tanto feminino como masculino. O time do Brasil de judô é lindo. Ele traz sempre medalha, traz sempre alegria em uma Olímpiada. E vem crescendo muito. Estamos com atletas jovens ainda, falando da equipe feminina, mas já muito experientes. Campeãs olímpicas, mundiais, somos muito fortes e só temos a crescer”, concluiu.

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