“Deram os pêsames à minha mulher”, diz narrador que estava na lista do voo
Ivan Carlos Agnoletto (à direita) cedeu lugar a um colega que sonhava cobrir o jogo da Chapecoense
Ivan Carlos Agnoletto (à direita) cedeu lugar a um colega que sonhava cobrir o jogo da ChapecoenseFoi por pouco, mas muito pouco, mesmo, que Ivan Carlos Agnoletto, 56 anos, não perdeu a vida na maior tragédia da história do esporte brasileiro. O locutor principal da rádio Super Condá estava escalado para transmitir a final entre Atlético Nacional e Chapecoense, mas, de última hora, cedeu lugar ao colega Gelson Galiotto, que sonhava em cobrir uma final internacional.
Agnoletto, que também coordena a equipe de esportes da rádio Super Condá, sensibilizou-se com o desejo do segundo narrador da emissora e, dois dias antes do embarque à Colômbia, abriu mão de transmitir a final da Copa Sul-Americana para dar lugar ao colega.
Não houve tempo nem de tirar o nome da lista de passageiros. Por isto, Agnoletto foi acordado na madrugada de terça-feira pela mulher, que não parava de receber ligações de amigos e parentes lhe oferecendo os pêsames pela suposta morte do marido – que, na verdade, estava dormindo ao seu lado.
“Eles não tiraram o meu nome da lista. Por isso, eu só fui acordar na madrugada de terça-feira, quando a minha mulher, colada à cama, recebia os pêsames pelo meu passamento. Foi neste momento que eu soube que o avião havia caído”, relatou Ivan Carlos Agnoletto, em participação exclusiva no Esporte em Discussão desta terça-feira.
O principal locutor da rádio Super Condá é uma das quatro pessoas que estavam na lista de passageiros do voo da Lamia, mas não embarcaram. Tem 41 anos de experiência em rádio e, além de Gelson Galiotto, perdeu na tragédia o amigo Edson Luiz Picolé, 39 anos, repórter setorista da Chapecoense na Super Condá.
Assista, abaixo, à integra do emocionante relato de Ivan Carlos Agnoletto à Rádio Jovem Pan:
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