Desempregado, Deivid elogia Fla e revela mágoa com Cruzeiro: “não tive respaldo”

  • Por Jovem Pan
  • 13/09/2016 12h12

Deivid foi demitido após somente cinco meses de trabalho no Cruzeiro

Washington Alves/Light Press Deivid foi demitido após somente cinco meses de trabalho no Cruzeiro

Cinco meses já se passaram desde que a primeira experiência de Deivid como técnico de futebol foi precocemente encerrada. Demitido do comando do Cruzeiro após somente 18 partidas, o ex-jogador está desempregado e ainda guarda mágoas da diretoria celeste. Tudo porque considera não ter recebido o respaldo suficiente para fazer um grande trabalho no clube mineiro. 

Em entrevista exclusiva ao repórter Raphael Thebas, da Rádio Jovem Pan, Deivid desabafou. Criticou a cultura do imediatismo no futebol brasileiro e apelou até mesmo ao exemplo de Zé Ricardo, treinador do Flamengo, para criticar a alta-cúpula cruzeirense. Segundo o ex-atacante, se o clube celeste tivesse seguido o exemplo da equipe rubro-negra, que deu tempo para o jovem técnico trabalhar, a sua trajetória à frente do banco de reservas mineiro teria sido diferente. 

“Eu não tive o respaldo que o Zé Ricardo teve no Flamengo, por exemplo. Se tivesse, tenho certeza de que iria conseguir fazer um grande trabalho no Cruzeiro”, garantiu DeividNo início do ano, eu tinha pedido reforços para jogar um Campeonato Mineiro à altura e não precisar montar um time durante o Campeonato Brasileiro... Mas isso não foi atendido pela diretoria, criticou.

Deivid pendurou as chuteiras em 2014, depois de jogar em Brasil, França, Portugal e Turquia. Desde então, foi auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo no Flamengo e no Cruzeiro – clube que o convidou para ser assistente fixo no segundo semestre do ano passado. A primeira experiência à frente dos bancos de reservas aconteceu justamente na equipe celeste, que o efetivou depois da saída de Mano Menezes para a China, em dezembro. 

Nos cinco meses em que comandou o Cuzeiro, Deivid deu bastante espaço a jovens da base e revelou ser adepto dos sistemas 4-2-3-1 e 3-4-3. Quando foi questionado pela falta de experiência, respondeu com firmeza, dizendo que havia estudado desde 2007 para exercer aquela função. O aproveitamento à frente do time foi bom: em 18 jogos, conquistou 11 vitórias e amargou apenas cinco empates e duas derrotas. A eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro, no entanto, custou o cargo do ex-jogador, que acabou demitido após pouquíssimo tempo de trabalho. 

“Eu analiso a minha passagem pelo Cruzeiro como boa. Claro que eu queria permanecer até o final, mas, por causa desse imediatismo brasileiro, não foi possível”, lamentou Deivid. No Brasil, você não consegue fazer um trabalho sem ser criticado. É muito difícil. O Micale é a prova disso. O que ele apanhou da imprensa nos dos primeiros jogos da Olimpíada… Ainda bem que manteve a convicção dele, não abriu mão do conceito de jogo e conseguiu ganhar esse tão esperado ouro olímpico“, acrescentou. 

Desempregado desde que saiu do Cruzeiro, em abril, Deivid tem aproveitado o tempo ocioso para estudar e viajar. Neste momento, ele está na Europa, onde vai passar por quatro países, visitar sete clubes e trocar informações com treinadores e estudiosos do futebol para atualizar conceitos e aprender novos métodos de treinamentos. A ideia é se aprimorar longe do País por 45 dias para voltar mais bem preparado ao futebol brasileiro.

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