Desempregado há um ano, Roth detona desunião entre técnicos: “individualistas”

  • Por Jovem Pan
  • 03/06/2016 13h30
Vasco/Divulgação Celso Roth

Quinze de agosto de 2015. Foi neste dia, há quase um ano, que Celso Roth atuou pela última vez como treinador de futebol. Desempregado desde que deixou o comando do Vasco após somente três meses de trabalho, o técnico de 58 anos segue à espera de uma oportunidade para voltar a fazer o que ama. Até lá, tem aproveitado para se atualizar e refletir sobre o atual cenário da profissão. 

E ele, definitivamente, não tem agradado a Celso Roth. Em entrevista exclusiva a André Ranieri para o Plantão de Sábado, da Rádio Jovem Pan, o técnico campeão da Libertadores de 2010 se mostrou decepcionado com a desunião dos profissionais da área. Roth criticou o pouco tempo que se dá para os treinadores trabalharem no Brasil ressaltou que parte deste problema se deve, também, à falta de harmonia entre os próprios técnicos. 

Nós não somos uma classe. Este é o grande problema. Somos individualistas, não agimos como uma classe, não temos este interesse e vontade...“, detonou. “É por isso que a realidade para os técnicos brasileiros é tão complicada. Eu acho que esse é o grande ponto. Temos de nos unir para agir como classe. No momento em que formos uma classe, certamente será muito mais complicado demitir um treinador durante um início de trabalho”, acrescentou. 

Desde 1995, quando começou a trabalhar como técnico no Brasil, Roth já trocou de clube 24 vezes – mais de uma vez por ano, em média. O detalhe chocante, contudo, é que, mesmo sendo um dos profissionais mais famosos do País na área, o gaúcho de Caxias nunca ficou mais de duas temporadas no mesmo time. Imagine só trocar de emprego a cada ano? Definitivamente, não é legal. 

Por isso, Roth implora por mais tempo de trabalho aos técnicos de futebol. Os sinais todos estão sempre aí, para que a gente possa analisar e tirar as nossas conclusões. O Tite teve dificuldades no retorno ao Corinthians, perdeu alguns campeonatos, mas foi mantido. E, quando isto acontece, conhecimento, a experiência, o trabalho do dia-a-dia e o trato com os jogadores vão dandao treinador aquele equilíbrio que ele precisa para comandar um grupo de ponta“, avaliou. 

Roth acredita que o sucesso do técnico corintiano é, também, reflexo de uma política diferenciada do clube alvinegro. “Está de parabéns o Tite pela conquista de todos os títulos, mas também está de parabéns a diretoria do Corinthians, que manteve uma coerência no departamento de futebol. Essas duas coisas agregadas fazem com que o time, mesmo com um elenco bastante diferente, ainda lute na parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro“, decretou.

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