Diego Costa motiva companheiros e é exaltado: “jogador que não tem medo”

  • Por Agencia EFE
  • 30/03/2014 16h23

Iñaki Dufour e Igor Camargo.

Madri, 30 mar (EFE).- A vitória do Atlético de Madrid por 2 a 1 sobre o Athletic Bilbao, no sábado, fora de casa, pelo Campeonato Espanhol, mostrou mais uma vez quão grande é a importância para a equipe de Diego Costa, que, segundo seus companheiros, “ainda não encontrou seu limite” e é “o jogador perfeito” para o sistema tático do técnico Diego Simeone.

Em tempo de vacas magras entre atacantes brasileiros de destaque no cenário mundial, o sergipano, naturalizado espanhol, é considerado uma inspiração pelos demais jogadores do Atlético por seus gols – que o levam a disputar a artilharia de competições com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo – e raça em campo.

“Ele não me surpreende em mais nada”, disse neste domingo o lateral Filipe Luis após a grande atuação de Diego Costa no jogo contra o Athletic, no qual marcou um gol, criou várias oportunidades, pressionou, brigou, correu muito e foi decisivo para o resultado.

“É um jogador que não tem medo. A palavra medo não existe para ele. Sofreu muito para chegar onde está, e esse tipo de gente que sofre muito para vencer na vida desafia o que é colocado em sua frente. Para mim, Diego Costa é um exemplo também de superação”, argumentou hoje o lateral brasileiro em entrevista após um treino.

Contratado pelo Atlético em 2007, com apenas 18 anos, após ser descoberto em uma partida pela segunda divisão portuguesa, ele Diego precisou de três anos e meio para disputar seu primeiro jogo oficial com a camisa do clube madrilenho. Antes, foi emprestado a Celta (2007-08) e Albacete (2008-09), e vendido ao Valladolid durante a temporada 2009-10.

Recomprado pelo Atlético em 2010, ganhou um lugar no elenco no mesmo ano, mas passou a maior parte do tempo no banco de reservas e, em 2011, sofreu uma ruptura de ligamentos do joelho, ficou fora dos gramados por mais de seis meses e acabou novamente emprestado, desta vez ao Rayo Vallecano. Marcou dez gols em 16 partidas pela equipe e voltou ao Atlético para explodir na Europa e crescer exponencialmente.

O sergipano já tinha apresentado seu cartão de visitas na temporada passada e se consagrou na atual. Até aqui, são 33 gols: 25 no Campeonato Espanhol, um na Copa do Rei (na qual é frequentemente poupado) e sete na Liga dos Campeões – torneio no qual conquistou o recorde de melhor campanha de estreia de um jogador no quesito número de gols.

“Diego ainda não encontrou seu limite, porque continua crescendo dia a dia, partida a partida, e é impressionante. Para nós, é nossa arma principal. É o jogador que nos dá tudo, às vezes a equipe não vai bem e ele é capaz de fazer a diferença com sua força, sua técnica, com tudo o que tem. A verdade é que é impressionante o quanto continua evoluindo”, declarou também neste domingo o zagueiro uruguaio Diego Godín.

“Dentro de campo, ele é uma referência, porque a equipe está praticamente desenhada para que Diego possa conseguir mais oportunidades. É o jogador perfeito para o sistema em que jogamos. Acho que nenhum jogador se encaixaria tão bem neste esquema. Para nós, tê-lo lá na frente nos dá confiança. Cada bola que ele disputa contagia toda a equipe e faz com que o time jogue em sua intensidade. É um jogador-chave nesta equipe”, declarou Filipe Luis.

O Barcelona, time contra o qual nunca marcou, é o próximo desafio de Diego Costa. O confronto vai acontecer pelas quartas de final da Liga dos Campeões, fase à qual o Atlético chegou 17 anos depois da última vez. E lá se vão 40 desde que a equipe foi às semifinais.

“Diego Costa está em uma fase espetacular. Tira petróleo de qualquer jogada, controla muito bem a bola, provoca faltas… É um jogador a ser levado em conta”, disse hoje o meia Xavi, do Barcelona, em entrevista junto com Koke, do Atlético, divulgada pelos dois clubes.

Na terça-feira, como se não bastasse encarar o poderoso Barcelona, Diego terá um duelo particular com ninguém menos do que Lionel Messi, a quem tentará ofuscar em pleno estádio Camp Nou, habital natural do quatro vezes eleito pela Fifa como melhor jogador do mundo.

“Messi está a caminho de ser um dos melhores de todos os tempos, e Diego Costa é um jogador que vem crescendo, um jogador emergente que está a cada dia melhor, superando a si mesmo. A cada partida ele luta mais, briga mais e faz mais gols”, analisou Filipe Luis.

“Eles são diferentes. Um é talento puro, nasceu com isso. E outro é pura luta, muita vontade, muita esperança, e vem contagiando todos. Talvez me atreva a dizer que Messi é mais individualista e que Diego é melhor (jogador) de equipe. Diego Costa faz com que um time jogue melhor, e Messi resolve uma partida sozinho. E para nossa equipe, é muito melhor ter um jogador que pense nela”, finalizou Filipe. EFE

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