Dinei pede volta da molecagem ao futebol: “durmo com 20 minutos de jogo”

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2016 16h32

Ídolo do Corinthians Daniel Augusto Jr./Divulgação Ídolo do Corinthians

“Vou te falar uma coisa: hoje, tem vezes que eu só assisto 20 minutos do primeiro tempo e já durmo… Os jogos são ruins pra caramba, tá louco! Não sei se sou eu que estou ficando velho ou se o futebol é que está ficando chato.” 

Dinei, definitivamente, não tem papas na língua. Campeão mundial, bi paulista e tri brasileiro com o Corinthians, o ex-atacante de 45 anos não economizou ao comentar sobre o atual cenário do futebol mundial – em especial o brasileiro. Irreverente e sincero, o ex-jogador admitiu sentir falta de personalidade na maioria dos atletas da atualidade. 

“Vou te falar uma coisa: o futebol está muito chato hoje, viu? Com esse negócio de assessoria de imprensa, jogador só falar em entrevista coletiva… Na minha época, não tinha essa porra, não. Quando eu fazia gol, queria mesmo era dar entrevista… No campo, fora do campo…“, afirmou Dinei, em entrevista exclusiva a Zeca Cardoso que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan. 

Está muito chato, muito politicamente correto. Não tem mais aquelas brincadeiras, aquelas palhaçadas, um tirando sarro do outro. Não tem mais um Serginho Chulapa, Viola, Túlio, Paulo Nunes, Vampeta… Eram tudo caras que faziam brincadeiras sadias. Hoje, qualquer coisa que se fala pode ser mal interpretada. Sinto falta daquele futebol moleque”, acrescentou. 

Dinei reclamou também da falta de autonomia dos jogadores dentro de campo. Ao comentar sobre isto, usou até mesmo um exemplo pessoal para comprovar que, sem dúvidas, os tempos mudaram. “Os jogadores estão muito robotizados, fazem muito o que o treinador pede… Às vezes, é melhor ter personalidade e mudar o jogo por conta própria do que só obedecer ao técnico“, iniciou. 

Na final do Brasileiro de 1998, por exemplo, o Luxemburgo pedia para eu cair só pelo lado esquerdo. Mas eu percebi que não ia render por ali, que os caras estavam me marcando bem por lá… Então, tive personalidade e mudei de posição. O que aconteceu? No segundo e terceiro jogos, os nossos gols saíram pelo meio e pela direita. Se eu fosse robô, o Corinthians não teria sido campeão. Acho que falta mais irreverência e personalidade aos jogadores de hoje em dia”, complementou. 

A “malandragem” foi outra característica que Dinei disse estar em escassez no futebol atual. Aí, ele apelou ao seu clube do coração para argumentar. “Se o Corinthians tivesse dois atacantes malandros, por exemplo, pode ter certeza de que ganharia o Campeonato Brasileiro com o pé nas costas. O que falta para o Corinthians é um Vagner Love e um segundo atacante. O time é bem armado… Só falta aqueles caras para colocar a bola para dentro. Eu gosto muito do Tardelli, do Kardec… Eles cairiam bem no Corinthians, encerrou, tão polêmico quanto nos tempos de jogador.

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