Dirigente da Agência Mundial Antidoping acha difícil erradicar doping no esporte

  • Por Agência EFE
  • 25/11/2015 17h01
Reprodução/Youtube Para Dick Pound

O presidente da Comissão Independente da Agência Mundial Antidoping (Wada), Dick Pound, revelou que não acredita na erradicação do doping no mundo do esporte, mas se disse confiante na conquista de pequenas vitórias contra as substâncias proibidas.

Duas semanas depois da publicação da investigação que o próprio Pound presidiu sobre o doping sistemático detectado na Rússia, o dirigente concedeu entrevista ao jornal britânico “The Independent”, publicada nesta quarta-feira.

“Acredito que uma de nossas pequenas vitórias é fazer com que as pessoas estejam conscientizadas que há muito mais farsas no esporte do que se imagina”, destacou.

Em um dos maiores escândalos de doping da história do esporte, a comissão da Wada acusou a Rússia de uma trama que incluiria o encobrimento de testes positivos, a extorsão dos atletas, o pagamento de subornos e a destruição de provas sobre o consumo de substâncias proibidas.

Na trama estaria envolvido, entre outros, o ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) Lamine Diack, que teria aceitado dinheiro russo em troca de ocultar os resultados positivos em exames antidoping, o que o relatório tacha de sabotagem aos Jogos de Londres.

“Os casos de doping são ofensivos. Há um princípio básico no esporte. Há regras, e este é o jogo. Deve-se jogar de uma determinada maneira, há o que pode ser feito e o que não pode”, salientou.

Ainda sobre o escândalo na Rússia, o dirigente acha difícil que a segunda parte da investigação seja divulgada até o fim do ano, como estava previsto. “Parece mais provável que vá a ser em janeiro”, comentou Pound, que não vê como injustiça a punição de toda a Federação Russa de Atletismo (FRA).

“Acredito que esses atletas (inocentes) têm de pagar o preço de ter feito parte de um sistema fundamentalmente corrupto. Infelizmente, haverá efeitos colaterais”, argumentou.

O responsável pela comissão independente também falou sobre a situação do Quênia, para a qual lançou os holofotes em relação a práticas de doping na semana passada. “Não me surpreenderia se a Wada terminasse fazendo uma investigação ali, especialmente com o nível de negação por parte do esporte e das autoridades do governo, por causa de provas bastante óbvias”, avisou.

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