Dirigente teme “oba oba” no Rio e detona geração brasileira: afina e só quer grana

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2016 14h59

Supervisor do Funvic/Taubaté Wizard/Suzano/Divulgação Supervisor do Funvic/Taubaté

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não foi nada modesto ao revelar a meta do Time Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016: terminar pela primeira vez na história entre os dez primeiros colocados do quadro de medalhas. O objetivo é ousado, já que o Brasil nunca encerrou uma Olimpíada sequer no top-15, mas, para muitos especialistas, possível de ser atingido. O fato de o País ser sede do evento tem aumentado o otimismo público em torno dos atletas nacionais. Porém, ainda há quem ache que a Rio-2016 será complicada para o esporte brasileiro. 

É o caso de Ricardo Navajas. Ex-jogador e técnico de vôlei, o atual supervisor do Funvic/Taubaté é reticente quanto ao provável desempenho do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016. Em entrevista exclusiva ao repórter Fredy Junior, da Rádio Jovem Pan, o dirigente soltou o verbo e justificou a desconfiança pela fragilidade psicológica da atual geração de esportistas do Brasil. Para ele, o “oba oba” em torno dos atletas em uma Olimpíada dentro de casa tem tudo para prejudicar o desempenho nacional. 

A Olimpíada no Brasil vai provocar um problema seríssimo para as comissões técnicas. Elas vão ter de conseguir fazer com que o atleta fique focado só na competição. Vila Olímpica desfoca muito. Se já é complicado manter a concentração em outros paísesimagina no BrasilVai ter família enchendo o saco, a querendo ingresso, tio pedindo camisa, cachorrinho, celular, Facebook, foto, imprensa…“, apostou. 

Para Navajas, esse “ônus” da Vila Olímpica será ainda maior para o Brasil neste ano. E não apenas porque os Jogos vão ser disputados no Rio de Janeiro. O dirigente criticou a mentalidade do esportista nacional. atleta brasileiro é daquele tipo de cara que, se hoje alcança um resultado positivo, amanhã só está preocupado com o milhão na conta e dane-se o mundo. Ele só quer saber da grana. Isso é em geral, não só no vôlei“, detonou. “Se você pressiona, ou ele espana, ou afina. Essa geração atual não aguenta a pressão. O nimo que você cobra, o cara já desiste. É mais fácil desistir do que lutar“, completou. 

Mas, tomando como exemplo o vôlei, no qual Navajas trabalha: como explicar que em 2004 a Seleção masculina foi medalhista de ouro, e, em 2008 e 2012, faturou a prata? Para o dirigente, tudo passava pela disciplina e comprometimento dos jogadores, que, em sua maioria, não jogam mais pelo time nacional.  

Bernardinho tinha um controle muito grande sobre eles no passado. Os jogadores tinham o seu momento, mas também respeitavam, por isso que se transformaram em grandes campeões. Mas, com essa geração atual, vai existir uma dificuldade tremenda para mantê-los focados. Os caras estão pouco ligando para a Seleção Brasileira. Eles vestem a camisa amarela para serem valorizados, negociados e receberem a grana no bolso deles. Essa é a realidade do esporte brasileiro“, encerrou. 

  • Tags:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.