DIS responde acusações de Neymar pai: “queremos que o contrato seja cumprido”

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2015 12h44
Divulgação Neymar pai e Neymar Jr prestarão depoimento à justiça espanhola na próxima terça (2)

O “caso Neymar”, como ficou conhecido o imbróglio da negociação que acertou a ida do craque ao Barcelona, continua causando uma batalha nos bastidores. Enquanto Neymar da Silva Santos, o pai do jogador, divulgou um comunicado dando sua versão do caso e acusando o Grupo DIS, detentor de 40% do passe do atleta, de tentar prejudicar sua imagem, a empresa contra-ataca. Segundo Roberto Moreno, advogado diretor do grupo, a intenção é apenas fazer o contrato ser cumprido.

“Com 16 anos, Neymar firmou seu primeiro contrato profissional com o Santos, e naquela época o Santos lhe entregou 40% dos direitos econômicos e ficou com 60%. O Neymar monetizou sua parte e a DIS pagou 5 milhões de reais por esses 40%, mais 500 mil para seu agente Wagner Ribeiro, e detínhamos 40% dos direitos econômicos de qualquer transação de qualquer produto financeiro”, explicou o Moreno ao repórter Wanderley Nogueira, da Rádio Jovem Pan.

“Nesse contrato, onde assinaram dona Nadine e Neymar (pais do jogador), Wagner Ribeiro, o próprio atleta e o Santos, ficou estabelecido que qualquer proposta seria apresentada no prazo de 48 horas à DIS. Infelizmente, nada disso aconteceu”, acusou o diretor. “Por isso, nós, com surpresa, soubemos que o atleta foi vendido por um valor muito aquém do que a gente esperava, e começamos a acompanhar uma ação judicial que existe lá de um ex-sócio do Barcelona que pediu para que fossem demonstrados todos os documentos da negociação, e eles começaram a aparecer. Nós nos sentimos prejudicados pelo valor apresentado e entramos com a demanda judicial na Espanha”.

Segundo Roberto Moreno, a intenção da empresa não é prejudicar Neymar, como disse seu pai em comunicado no site da NN. “Nada disso. Nós queremos os 40% a que temos direito, exatamente o que consta no contrato. Nós queremos que o contrato seja cumprido, nada mais, nada menos”, disse, antes de revelar uma cláusula do acordo entre Santos e Barcelona que os mandava dividir o prejuízo caso a DIS entrasse na Justiça contra os dois clubes. “Se não houvesse simulação (do valor da negociação), por que haveria essa preocupação?”

O empresário considera que o Santos, como instituição, também é vítima nessa história. “Eu não posso acusar o Luís Álvaro e o Odílio, mas não tenho sombra de dúvidas que o Santos Futebol Clube também foi prejudicado, e muito. Primeiro por uma carta que o Luís Álvaro deu autorizando o Neymar a negociar após o término de seu contrato. Qual é a necessidade dessa carta? Nenhuma”, afirmou.

“Chegaram a um determinado valor, e nós, que detínhamos 40%, o Santos, 55%, e a Teisa, 5%, nós não fomos chamados para nenhuma negociação, embora constasse expressamente no contrato. Por que fizeram isso às escondidas?”, questionou, concluindo que a DIS está disposta a negociar com as partes envolvidas. “Estamos abertos a uma negociação, a sentar, conversar”, finalizou.

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