Dono do Orlando City elogia Ataíde, mas diz que São Paulo fica com “imagem péssima” por dívida

  • Por Lucas Reis/Jovem Pan
  • 18/08/2015 10h53
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Facebook/Reprodução Dono do Orlando City

Com recentes problemas financeiros, o São Paulo está com a imagem arranhada internacionalmente, pelo menos para o proprietário do Orlando City, Flávio Augusto da Silva. Em conversa exclusiva com o Jovem Pan Online, o dono do time de Kaká nos Estados Unidos comentou o conflito com o time do Morumbi e destacou que, embora seja natural a crise financeira, o entrave é ruim apenas para o clube dirigido por Carlos Miguel Aidar.

“Foi feito um contrato e a parte que o clube deveria receber não foi paga. Vieram multas e reajustes em cima disso e estamos nesse passo. Fizemos a proposta pelo Ganso que envolvia a dívida e mais um dinheiro que colocaríamos. O São Paulo não teve interesse e tem todo o direito disso. O impasse é esse que publicamente todo mundo já sabe”, afirmou Flávio ao Jovem Pan Online.

“(A dívida) Não é ruim para o Orlando, é ruim para o São Paulo, porque fica uma imagem péssima, uma impressão ruim. Acho que é natural às vezes o clube passar por dificuldade e não ter dinheiro para pagar, e é publico que o São Paulo vive dificuldades. Não é agradável, mas não é algo que achamos tão estranho assim”, lamentou o empresário lembrando que a resolução do caso está sendo discutida na justiça paulista.

Flávio ainda destacou a figura do vice-presidente de futebol são-paulino, Ataíde Gil Guerreiro, e valorizou o apoio que o Orlando City recebe dos torcedores tricolores: “Conheci o Ataíde, gostei muito dele, é um cara muito bacana. Negociamos bem, foi sempre muito tranquila nossa relação. O São Paulo é um clube que admiro e a torcida nos apoia bastante. Então não é nenhum problema com o clube ou com a torcida”, afirmou.

O crescimento do futebol nos Estados Unidos

Fundador de uma conhecida escola de inglês, Flávio Augusto da Silva decidiu migrar para o mercado esportivo, adquiriu uma franquia nos Estados Unidos e criou o Orlando City, que disputa sua primeira temporada na MLS. Explicando o investimento no futebol norte-americano, o carioca de 43 anos destacou o crescimento do esporte bretão na terra do Tio Sam e projetou um período para que a MLS se iguale as grandes ligas do mundo.

“É o maior mercado de marketing esportivo do mundo, onde o maior esporte do mundo está dando os primeiros passos e a tendência é isso crescer de maneira brutal nos próximos 10 anos. Ou seja, é uma grande oportunidade de investimento com retornos interessantes. E ao mesmo tempo, é a chance de participar da história da construção do esporte naquele país”, destacou.

“O nível técnico de uma liga é diretamente proporcional ao tamanho e investimento em jogadores. Ou seja, os melhores jogadores vão onde estão os melhores contratos. Quando nosso nível de investimento vai ser do mesmo tamanho desses mercados? Nossa previsão é de oito anos”, ressaltou Flávio que comparou o poder aquisitivo do futebol inglês com seu time, o Orlando City

“Fizemos um amistoso contra o West Bromwich, da Premier League, que tem orçamento de 150 milhões de dólares por ano, o orçamento do Orlando é de 11 milhões de dólares, é um abismo, e ganhamos de 3 a 1. Obviamente, era amistoso, talvez se fosse campeonato a história seria diferente, mas é isso, a medida que tivermos investimento a altura, estaremos no mesmo nível”.

A primeira temporada do Orlando City na MLS

Satisfeito com a primeira temporada do Orlando City na liga norte-americana, Flávio destacou a necessidade de ajustes na equipe para os próximos anos, mas ressaltou que vê chances de sua equipe se classificar para os playoffs da MLS e, quem sabe, conquistar o título.

“Quando você monta um time do zero, você vê que algumas coisas funcionaram e outras não. Você não tem bola de cristal, tem que testar. Leva um tempo para aprimorar o projeto. Então é natural que o desempenho não seja como a gente gostaria. Já esperávamos isso. A torcida está super feliz e entende que é dessa forma”, disse.

“Temos chances reais de nos classificarmos para os playoffs, que seria um sucesso estrondoso. Em 20 anos, apenas uma vez um clube que estreou na liga se classificou para os playoffs. É uma coisa raríssima e temos grandes chances. E uma vez que você entra nos playoffs, zera tudo. Começa um mata-mata, e aí podemos ser campeões. Se formos campeões, vai ser fantástico. A nossa ideia para o próximo ano é aprimorar o time e em três anos queremos estar com um time de primeira linha, tentando criar uma dominância na liga”, completou.

Flávio ainda revelou que a direção do Orlando City trabalha para reforçar a equipe comandada por Kaká e que já nessa janela de transferências no futebol internacional tentou a contratação de jogadores importantes.

“Esse ano tentamos contratar o Robinho, fizemos proposta para o Chicharito, do Real Madrid, fizemos proposta pelo Ganso. Trouxemos um zagueiro de 28 anos que chegou a jogar no Real Madrid que é o Mateos, e trouxemos um meia da seleção da suíça. Estamos aprimorando o time. Temos interesse em fazer um time relevante na liga”, finalizou o empresário brasileiro.

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