Duda pede técnico estrangeiro e vê Brasil em declínio: “antes, brigava por pódio”

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2017 18h16

Melhor do mundo em 2014 Divulgação/CBHb Melhor do mundo em 2014

Campeã mundial em 2013 e xodó do esporte nacional nos últimos anos, a Seleção Brasileira feminina de handebol não tem mais força para competir em pé de igualdade com as principais seleções do planeta. É isto, pelo menos, o que pensa Duda Amorim, pilar do time verde-amarelo e melhor jogadora do mundo em 2014. 

Em franca entrevista exclusiva ao repórter Guilherme Campos, da Rádio Jovem Pan, a atleta de 30 anos abriu o jogo. Duda constatou um declínio da Seleção Brasileira e disse que, hoje, não a vê em condições de, por exemplo, subir ao pódio de um grande torneio internacional – como o Mundial, por exemplo, que será disputado no fim do ano, na Alemanha. 

“Para ser bem fria, o Brasil, que era uma equipe que poderia chegar ao pódio, hoje não está mais (nesse grupo)“, disse Duda, quando perguntada sobre o cenário do handebol feminino mundial após a Olimpíada. “Acho que essa é a maior diferençaDe resto, as outras seleções mantiveram o mesmo nível. Holanda, Noruega, Dinamarca, Rússia, França… Todas seguem com o mesmo nível de competitividade dos Jogos Olímpicos”.

fala de Duda tem explicação. De acordo com a atleta, a Seleção passa por um sacrificante período de renovação. As campeãs mundiais em 2013 já têm idade avançada, e, segundo ela, não há jogadoras com idade intermediária para fazer a passagem de bastão às mais novas. Este hiato, segundo Duda, põe a Seleção em um patamar abaixo do dos últimos anos. 

“O que falta são algumas meninas com mais idade. Há uma diferença muito grande... Temos ou jogadoras bem mais experientes ou bem mais novas. Precisávamos de atletas com idade intermediária e experiência, rodagem na EuropaÉ uma questão de transição. Eu acho que, com o tempo, vamos conseguir ter uma Seleção legal. Agora é que realmente falta um pouquinho por causa dessa renovação, o que é normal“, contemporizou. 

Outro fator que pesa para o declínio brasileiro é a falta de um técnico. Morten Soubak deixou a Seleção depois de sete anos, e a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) ainda não anunciou o seu substituto. Duda pediu agilidade na escolha do novo nome e revelou que a preferência das jogadoras é por um estrangeiro – como Morten  que trabalhasse em conjunto com um segundo treinador, brasileiro.

“Precisamos achar um técnico apaixonado, como o Morten. Temos a necessidade de ter mais atletas, um elenco maior e com sede de jogar na Europa… A gente gostaria que tivesse algum técnico estrangeiro, que estivesse em contato diário com o handebol europeu, e, lógico, um segundo técnico brasileiro, que conhecesse a nossa cultura, soubesse quando forçar ou não… A mistura entre um estrangeiro e um brasileiro é o que a gente tem de buscar”, opinou.

“A confederação está em contato direto com a Babi, que é a capitã da Seleção e está levando as nossas sugestões. Esperamos que a escolha seja feita o mais rápido possível, para dar tempo de nos prepararmos para o Mundial. Indicamos dois nomes e estamos esperando o retorno“, finalizou.

O Mundial Feminino de Handebol será disputado entre os dias 1 e 17 de dezembro, na Alemanha. Campeã em 2013, a Seleção Brasileira – eliminada nas oitavas de final em 2015  não deve ter problemas para se classificar via Campeonato Pan-Americano. O grande desafio será o de repetir o desempenho de quatro anos atrás.

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