Dunga diz que nenhum clube pediu liberação de jogadores antes da convocação
Mesmo em uma fase crucial da temporada, Corinthians e Cruzeiro serão desfalcados pela Seleção Brasileiro. Apesar disso, o técnico Dunga disse que nenhum dos clubes brasileiros pediu a liberação de seus jgoadores dos amistosos diante da Argentina e Japão. Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (17), o treinador agradeceu a compreensão dos clubes em relação ao sonho dos atletas em defender seu país. O gaúcho também defendeu a “segunda chance” dada à Mário Fernandes e “alfinetou” o atacante Hulk.
Muito questionado por desfalcar os clubes, Dunga disse estar preparado para encarar essa situação. “Se chama, tem a pressão. Se não chama, tem a pressão da mesma forma. Temos a responsabilidade de montar um time que representa a Seleção Brasileira à altura”, disse o treinador que não foi questionado sobre a ausência de atletas do São Paulo, vice-líder do Campeonato Brasileiro. Cruzeiro e Corinthians, líder e quarto colocado respectivamente, tiveram dois jogadores convocados cada.
O treinador garantiu que os clubes possuem liberdade para pedir a liberação dos seus atletas, mas garantiu que não houve nenhuma solicitação do tipo. “Aqui na CBF há uma grande democracia. Quem quisesse liberação precisava apenas enfiar uma carta ao presidente. Alguns clubes me colocaram que a situação era difícil, mas entenderam o sonho dos jogadores”, revelou o técnico que apostou na base de sua primeira convocação e chamou apenas dois novos nomes: os laterais Dodô e Mario Fernandes.
O treinador fez questão de justificar o baixo número de novidades em sua nova lista. “Estamos no início do trabalho, fizemos apenas dois jogos. Precisamos manter a base do trabalho. Não se pode mudar num instante. Precisa dar confiança aos jogadores para se sentirem à vontade na Seleção. Tem que ter essa continuidade. Chamamos dois jogadores jovens que estão tendo destaque no futebol mundial e já passaram pelas categorias de base da seleção brasileira”.
Mário Fernandez
Convocado por Mano Menezes em 2011, o ex-gremista não se apresentou à Seleção Brasileira alegando “falta de condições psicológicas” para defender a equipe em um amistoso diante da Argentina. “Ele teve esse episódio há um tempo, mas todos nós merecemos uma segunda oportunidade. Não podemos crucificar ninguém, principalmente se tratando de jogadores jovens que saem muito cedo de casa”, explicou.
O treinador revelou ter estudado antes de convocar o atleta, que atualmente defende o CSKA Moscou, da Rússia. “Pelas minhas informações, ele não é um jogador contestador, mas tímido. Seu erro no passado pode ter sido justamente por esse temperamento”.
Hulk
Incluso na primeira lista de Dunga, Hulk sofreu uma lesão, foi cortado e substituído por Robinho. Na segunda convocação do treinador, o santista tomou o posto do atacante do Zenit. “Hulk nós chamamos, ele teve uma recuperação muita boa. Nós jogamos no dia 5, ele no dia 6, ou vice-versa. Pensamos melhor e deixamos o jogador se recuperar bem no clube. Quem sabe lá na frente ele terá uma nova oportunidade”, disse em tom de estranhamento.
Ainda sobre Hulk, ele garantiu não estar contra o convocação do atleta. “Não me senti nem decepcionado nem frustrado. Tenho que acreditar no médico que mandou um documento que falou algo, mas obviamente com a medicina moderna, a evolução é rápida. Mas aqui tem algumas cadeiras vazias, e se alguém levanta e outro senta, tem que esperar alguém levantar. No momento de algumas situações adversas, é que surge a oportunidade”, alfinetou.
O Brasil enfrenta a Argentina, no dia 11 de outubro, na China. Três dias depois, em Cingapura, a equipe de Dunga encara o Japão.
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