E agora, toca pra quem? Veja opções para o São Paulo sobreviver sem Calleri
Argentino Jonathan Calleri se despediu do São Paulo nesta quinta-feira
Argentino Jonathan Calleri se despediu do São Paulo nesta quinta-feira“OôoÔÔOô: toca no Calleri que é gol. OôoÔÔOô: toca no Calleri que é gol“. Durante seis meses, o grito cantado pela torcida são-paulina não deixou dúvidas sobre a importância Jonathan Calleri, jovem atacante de 22 anos que chegou ao clube no início do ano e, rapidamente, caiu nas graças dos torcedores tricolores. As ausências de Luís Fabiano e Alexandre Pato, titulares na temporada passada, sequer foram sentidas no primeiro semestre de 2016. Mas Calleri foi embora. O contrato do jogador acabou e, depois de representar a seleção argentina nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, ele vai atuar por um novo clube – muito provavelmente da Europa.
Em sete meses de São Paulo, Calleri entrou em campo 31 vezes. Os números são muito bons: 26 partidas como titular, 16 gols e três assistências. A média de balanços de rede, de 0,52 por jogo, mostram que, com a camisa tricolor, o argentino marcou ao menos um gol a cada dois compromissos. Na Libertadores, foram nove tentos, artilharia isolada do torneio e a liderança técnica de um time que, se parecia limitado, caiu apenas nas semifinais do campeonato mais cobiçado do continente.
Sem Calleri, a vaga de centroavante titular do imutável 4-2-3-1 de Egardo Bauza está vaga. Caberá ao treinador argentino quebrar a cabeça para encontrar o substituto ideal de seu conterrâneo. O elenco são-paulino não é tão farto assim, então, é difícil imaginar que Bauza vá ousar e surpreender na escolha de um novo camisa 9. A princípio, quem sai na frente na busca pela titularidade é Alan Kardec.
Contratado com pompa após polêmica negociação com o Palmeiras em 2013, o atacante de 27 anos inclusive já terá a chance de substituir o argentino no clássico contra o Corinthians, no próximo domingo, em Itaquera. O momento, por sinal, é propício para isto. Apesar de muito criticado no início da temporada, quando chegou a amargar três meses sem fazer gols, o carioca de Barra Mansa superou as expectativas nas últimas oportunidades que teve com a camisa do São Paulo: foram três balanços em cinco jogos.
Não bastasse isto, Kardec é, hoje, praticamente a única opção que Bauza possui para suprir a ausência de Calleri sem mexer no esquema tático do time. Nomes como Kelvin, Luiz Araújo e Centurión, por exemplo, não estão em pauta para atuar pela faixa central do campo, mais próximos do gol do que da linha lateral. O recém-contratado Christian Cueva, por sua vez, deverá ser usado como uma espécie de meio-campista, mais como substituto de Ganso do que como opção a Calleri.
Assim, hoje, resta apenas Ytalo como Plano B à camisa 9. Recém-contratado junto ao Audax, ele até agora só foi escalado como meia por Edgardo Buza. Na campanha que por pouco não consagrou o time de Osasco como campeão paulista de 2016, no entanto, Ytalo jogou como centroavante de mobilidade e foi muito bem, encantando com marcação pressão e excelente capacidade de finalização. Se Kardec não agradar, será ele quem ganhará uma chance.
Mesmo assim, o São Paulo ainda busca jogadores no mercado. O ex-vascaíno Gilberto, que estava no Chicago Fire, dos Estados Unidos, está praticamente contratado. Mas ele não chegará para tomar conta da posição. O clube quer um centroavante de mais qualidade e força, com atributos suficientes para concorrer com Alan Kardec pela titularidade. Aí, o argentino Milton Caraglio, do Tijuana, o experiente Diego Tardelli, que foi liberado pelo Shandong Luneng, e o brigador Aloísio “Boi Bandido”, também de saída da China, podem ser procurados.
É difícil imaginar, contudo, que qualquer um deles consiga cair tão rapidamente nas graças da exigente torcida são-paulina como Jonathan Calleri. Ou vai dizer que a música entoada jogo após jogo nas arquibancadas do Morumbi não deixará saudades?
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