Efeito zika: governo Temer tenta conter pressão de cientistas contra Rio-2016

  • Por Agência Estado
  • 29/05/2016 12h23
BRA105. BRASILIA (BRASIL), 25/05/2014.- El presidente interino de Brasil, Michel Temer, asiste al acto de entrega de las cartas credenciales de embajadores, hoy miércoles 25 de mayo de 2016, en el Palacio del Planalto, en Brasilia. Temer logró hoy una contundente victoria en la primera votación que encaró en el Parlamento, que aprobó sin dificultades una nueva previsión de déficit fiscal y dio muestras de que respaldará el plan de reformas económicas del nuevo Gobierno. EFE/CADU GOMES EFE/CADU GOMES Michel Temer olhando para cima - EFE

O governo interino de Michel Temer lançou uma campanha internacional para tentar conter a pressão pelo cancelamento dos Jogos Olímpicos por conta do vírus zika. O Estado de S. Paulo apurou que o Itamaraty enviou comunicado aos governos, e, nos próximos dias, o Ministério da Saúde vai agir com diplomatas estrangeiros, jornais de todo o mundo, agências e entidades internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) garantiu que não existe justificativa para adiar a Olimpíada e que tal proposta não iria interromper a proliferação do vírus.

Na sexta-feira, 150 cientistas emitiram carta à OMS solicitando que os Jogos do Rio sejam adiados. Foi a terceira vez que cientistas fizeram um apelo deste tipo, o que começa a preocupar as autoridades brasileiras e o Comitê Olímpico Internacional (COI). Para os cientistas, a OMS tem conflito de interesse ao ser parceira do COI e apontam que realizar o evento representa um “risco desnecessário para 500 mil pessoas”. 

Assim que a declaração foi emitida, diplomatas brasileiros foram mobilizados para conter a pressão dos cientistas. No sábado pela manhã, os diplomatas foram chamados para responder aos apelos e pressionar governos a não modificar sua posição de apoio ao Rio.

O Itamaraty ainda usou a Assembleia Mundial da Saúde, que terminou sábado em Genebra, para enviar um telegrama às missões diplomáticas de mais de 190 países explicando que, em agosto, a densidade populacional de mosquitos no Rio é menor e que os casos de dengue sofrem retração. Junto com a explicação, a ação diplomática incluiu um gráfico apontando queda nos registros de dengue durante o inverno.

Convencer governos e a OMS a não mudar sua recomendação sobre viagens ao Brasil é um ponto estratégico para o governo Temer. Isso porque o COI usa a versão da agência da ONU como escudo para dizer que está seguindo orientações científicas ao manter os Jogos no Rio. 

Nos próximos dias, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ainda irá agir ao lado do Itamaraty para convocar embaixadores estrangeiros em Brasília para explicar a situação do zika no País e apontar para o fato de que os riscos no Rio serão “baixos”. 

Outra medida será a de buscar os correspondentes de grandes jornais estrangeiros para explicar o que está sendo feito para minimizar o impacto. O Ministério da Saúde também fará um trabalho com agências de viagens e em sites oficiais. 

Na semana passada, Barros já esteve em Genebra e Lausanne para levar garantias do governo de Michel Temer de que as autoridades estão comprometidas a agir para reduzir a densidade de mosquitos nos locais de provas e na Vila Olímpica. 

Aos especialistas médicos do COI, ele também trouxe garantias da parte de Temer de que as iniciativas necessárias iriam ser realizadas e que o uso de 3,5 mil pessoas para reforçar o controle ao mosquito nos locais das provas já estava ocorrendo.

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