Elano defende Felipe Melo na Seleção e diz que futebol está “muito bonzinho”

  • Por Jovem Pan
  • 07/06/2015 15h27

O meia Elano defendeu o volante Felipe Melo e disse que futebol brasileiro está "muito bonzinho"

Folhapress Elano

Jogador com grande bagagem no futebol brasileiro, o meia Elano defendeu a Seleção Brasileira por mais de seis anos e é um dos ídolos da torcida santista. Neste domingo (7), o jogador concedeu entrevista à Rádio Jovem Pan e falou sobre Seleção, futebol brasileiro, Felipe Melo e até sobre o final de sua carreira.

Em relação ao atual momento do Santos, o meio-campista admitiu que a equipe não vem sendo bem-sucedida em termos de resultados, mas fez questão de ressaltar que a culpa não é do técnico Marcelo Fernandes.

“Não é um momento bom, mas o time vem jogando bem. Vem criando, vem fazendo os gols e isso é positivo. Mas triste é que a gente vem falhando em algumas situações, vem tomando gols e não somando os pontos. Vamos pensar pelo lado positivo, é o começo e é extremamente importante uma sequência no Brasileiro”, disse Elano, antes de sair em defesa do treinador santista. “Ele assumiu um compromisso e está fazendo muito bem. Não depende só dele, depende de nós, jogadores, assumirmos o compromisso junto com ele”, prosseguiu.

Sobre o técnico Dunga, Elano frisou que gosta muito dele profissionalmente e observou que, sem uma sequência de trabalho, é complicado obter bons resultados, seja na Seleção Brasileira ou em clubes.

“Foram seis anos e meio de Seleção, eu trabalhei com Dunga. Foi o técnico que mais me deu oportunidades de poder fazer o meu trabalho. Em 2010, eu estava completamente inteiro para fazer o meu trabalho e, Graças a Deus, enquanto eu tive condições eu pude fazer o que ele vinha me pedindo. Em termos de treinamento, em termos de amizade dentro do grupo, ele é fantástico. É um cara parceiro, que tem um ambiente muito favorável ao seu lado. Mas a gente sabe que, em qualquer trabalho aqui no Brasil, tem que ter resultado”, pontuou. “É difícil um trabalho quando não tem sequência. No clube ou na Seleção, quando há muitas mudanças é complicado, tanto em termos de jogador quanto de comissão técnica, porque cada um tem um jeito de trabalhar. Quando você faz uma preparação para ir à Copa do Mundo, você tem que ter uma organização. Principalmente antes da Copa no Brasil, houve essa desestruturação, por causa dessas mudanças. Aí fica difícil, porque o nível é muito alto”, completou.

O jogador santista ainda defendeu o volante Felipe Melo, que foi apontado por muitos como um dos grandes vilões da eliminação brasileira na Copa de 2010, contra a Holanda, e disse que ele é tão bom quanto muitos dos nomes que passaram na Seleção até a Copa de 2014, por exemplo.

“Eu, particularmente, fiquei triste com a derrota em si (em 2010). Eu procuro não julgar meus amigos, meus companheiros, ou qualquer atleta que seja por qualquer erro, porque tenho certeza que o Felipe (Melo) sofreu e sofre até hoje mais do que todos. Ele é um bom menino, um amigo que eu tenho. Tive algum contato com ele, algumas conversas, e acredito que ele tenha bola para jogar na Seleção novamente”, falou. “O problema é que, no Brasil, a gente fica marcado sempre pelo que a gente faz de errado. Se você faz um ano bom e tem um mês ruim, você fica marcado pelo mês ruim. É porque nós somos atletas, estamos sujeitos a erros. Quando o jogador tem responsabilidade e tem personalidade para assumir as coisas, ele está sujeito a errar mais. Eu sou um cara que não me escondo atrás das situações. Bem ou mal, eu dou a cara. Aquilo que aconteceu com o Felipe Melo, eu procuro ajudá-lo”.

O meia também não deixou de expressar sua opinião referente à queda de qualidade do esporte aqui no Brasil: “sabe o que acontece hoje com nosso futebol? É muito bonzinho, por isso que o nosso nível está caindo”.

Por fim, ao comentar sobre o fim de sua carreira, Elano, que vai ser emprestado a partir de setembro para um time indiano, onde vai atuar até dezembro, projetou o fim de sua trajetória nos gramados para o ano que vem.

“Tudo depende. A minha projeção é ou parar em junho ou em dezembro (de 2016). Mas é o último ano. Essa é a minha ideia, mas no futebol a gente nunca sabe como pode acontecer as coisas”, finalizou.

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