Eleita para comissão do COB, Yane Marques lamenta corrupção no esporte: “machuca”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/04/2017 14h54
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Yane Marques é bicampeã panamericana de pentatlo

Divulgação / COB Yane Marques é bicampeã panamericana de pentatlo

Eleita nesta terça-feira vice-presidente da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB), a pentatleta Yane Marques afirmou que o objetivo para o próximo quadriênio é aproximar as discussões envolvendo o esporte olímpico com os atletas. A ideia do grupo, que terá o judoca Tiago Camilo na presidência, é buscar um novo modelo de gestão no esporte. Sem citar nomes, Yane lamentou os escândalos envolvendo dirigentes esportivos, alguns dos quais investigados por suspeita de desvios. “Corrupção nos machuca muito”, afirmou.

A declaração foi dada pouco após a eleição, realizada na sede do COB, quando a nova comissão de atletas se encontrou pela primeira vez. “Uma coisa é certa: corrupção não combina com esporte. Que sejam identificadas as corrupções, sanados e resolvidos esses problemas. No final das contas, nós, os atletas, estamos no final da operação. Corrupção nos machuca muito”, declarou Yane.

Tiago Camilo, que disse ter se surpreendido com a escolha para a presidência do grupo, também quer uma maior participação dos atletas nas decisões. “O atleta se preocupa pouco com isso. Ele quer treinar, se concentrar, e deixa a parte de gestão na mão dos representantes. O que aconteceu comigo, e acho que com a maioria dos atletas, é que quando você chega no fim da carreira você fica mais crítico com o tema”, ponderou. “Os atletas precisam de novas possibilidades e um novo modelo de gestão.”

A primeira ação efetiva do grupo será no início de maio, quando os atletas irão se reunir com cartolas de todas as confederações esportivas para tratar dos problemas financeiros que prometem ser um percalço extra em todo este ciclo olímpico. 

De acordo com o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, a intenção do encontro em maio será a de dar maior atenção às necessidades dos atletas. “É uma evolução natural do esporte. O término dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e o início deste ciclo olímpico obriga que tenhamos pensamentos a ser trazidos, seja de dirigentes ou de atletas. Este momento é importante. O próprio atleta está vendo que há uma diminuição de recursos, não só no País, no mundo”, declarou Nuzman.

A preocupação com a queda de recursos, aliás, é declarada abertamente. “A própria loteria, que traz os recursos da Lei Agnelo-Piva, diminuiu em 2016 e já diminuiu agora no início de 2017. O esforço terá que ser muito grande”, ponderou Nuzman.

A comissão de atletas conta com 19 membros – 15 deles escolhidos em eleição realizada entre competidores do Time Brasil que atuaram nas duas últimas Olimpíadas e 4 indicados pelo COB. 

Os componentes da comissão são: Arthur Zanetti (ginástica artística), Beatriz “Baby” Futuro (rúgbi), Bruno Mendonça (hóquei sobre grama) Duda Amorim (handebol), Emanuel (vôlei de praia), Emerson Duarte (tiro esportivo), Fabi (vôlei), Fabiana Murer (atletismo), Fabiano Peçanha (atletismo), Hortência (basquete), Hugo Hoyama (tênis de mesa), Isabel Clark (snowboard), Isabel Swan (vela), Iziane (basquete), Marcelinho Machado (basquete), Poliana Okimoto (maratona aquática), Thiago Pereira (natação), Tiago Camilo (judô) e Yane Marques (pentatlo moderno).

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