Elisângela lamenta aposentadoria precoce do vôlei: “não foi como eu merecia”

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2015 15h20
Reprodução/Facebook Elisangela não poderá jogar a Superliga por conta do regulamento que limita as jogadoras que cada clube pode ter

Nas últimas semanas, o drama da oposta Elisângela mexeu com o voleibol brasileiro. Por conta do ranking de pontos que define uma nota a cada atleta para manter um mínimo de equilíbrio entre as equipes, a ex-jogadora da Seleção Brasileira não poderá participar da Superliga pelo Osasco e, prestes a completar 37 anos, anunciou que vai se aposentar. Em entrevista ao repórter Fredy Júnior, da Rádio Jovem Pan, Elisângela falou sobre sua situação.

“Infelizmente isso está acontecendo. Abriu-se uma possibilidade de eu continuar jogando, eu tinha vindo a Osasco para jogar o Campeonato Paulista e perguntei à diretoria do clube se eu poderia ter alguma possibilidade de ficar na equipe para a Superliga. Eles falaram que já tinham atingindo os pontos permitidos e que eu devia procurar a CBV para ver o que poderia ser feito. A CBV pediu para que eu enviasse uma carta aos clubes solicitando a bonificação de um ponto, mas, infelizmente, três clubes não atenderam o pedido, no caso o Pinheiros, Praia e o SESI”, disse a jogadora.

Para Elisângela, os clubes não pensaram no lado da atleta, mas apenas em seus interesses. “Por tudo que eu fiz pelo Brasil, por todos os anos de experiência, sou a maior pontuadora feminina na Superliga, acho que poderia ser aberta uma exceção. Mas tem que se respeitar a decisão dos clubes. Infelizmente, os clubes não pensaram no lado do atleta. Até mesmo o SESI, que é do lado da indústria, do trabalhador… Filosofia é uma coisa e a prática está sendo outro”, criticou a atleta, que pediu a revisão do esquema de ranking, adotado desde o começo dos anos 1990 para equilibrar as equipes da Superliga.

“Eu acho que tinha de ser revisto. Esse caso gerou uma manifestação das jogadoras justamente por isso, para que seja revisto, seja pensado. Acho que hoje, no momento em que vive o mercado brasileiro, não creio que até abril, onde acontecem as contratações de jogadoras, vá ser melhorado. Será que vale a pena o ranking? Acho que quando ele surgiu era muito bom, mas hoje em dia está ultrapassado. Aqui é o único campeonato no mundo que tem ranking, que impede jogadores de mudar de mercado. É o vôlei do Brasil”, desabafou.

Prestes a se aposentar antes do esperado, Elisângela tem como consolo o apoio que ganhou de diversas jogadoras consagradas do vôlei brasileiro. “Vou para Londrina, tenho minha família lá, um projeto social que já estou em vista, então é dar continuidade à vida. Uma hora a aposentadoria ia acontecer, não aconteceu do jeito que eu esperava, que eu achava que merecia, mas na vida as coisas não são só do jeito que a gente quer. Mas nisso tudo valeu a força que as meninas me deram, o carinho, a gratidão, a parceria, isso não tem preço, vou levar para minha vida inteira”, concluiu.

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