Em 2016, Palmeiras vai da decepção na Libertadores ao fim do jejum no Brasileirão

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2016 21h52
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Montagem / Divulgação Palmeiras Depois da Copa do Brasil

Campeão da Copa do Brasil, dinheiro em caixa, chegada de reforços pontuais, Gabriel Jesus em ascensão. No início da temporada não faltavam motivos para o torcedor do Palmeiras acreditar em novas conquistas em 2016. E isso aconteceu. O time alviverde se sagrou campeão brasileiro depois de 22 anos de jejum. Mas, o caminho até o êneacampeonato nacional foi longo e árduo.

Briga contra o rebaixamento no Paulistão e eliminação precoce na Libertadores

Antes de iniciar a busca pelo título, o Palmeiras e sua torcida sofreram no início da temporada. Marcelo Oliveira, técnico campeão da Copa do Brasil no ano anterior, teve dificuldades para fazer com que o time repetisse as boas atuações de 2015 na Libertadores da América e até no Campeonato Paulista. Com um futebol abaixo do esperado, o treinador não resistiu à pressão e acabou sendo demitido em março.

Para seu lugar, a diretoria do Palmeiras optou por Cuca, que estava sem clube desde dezembro de 2015, quando deixou o Shandong Luneng, da China. O início do novo comandante não foi fácil, com quatro derrotas seguidas. O primeiro triunfo só saiu em sua quinta partida, diante do Rio Claro, no Estadual. Cuca levou o time da briga contra o rebaixamento no Paulistão à semifinal, quando parou nos pênaltis para o Santos, jogando na Vila Belmiro.

Na Libertadores, apesar de todas as mudanças impostas pelo novo treinador, o Palmeiras fracassou e não conseguiu avançar ao mata-mata, sendo eliminado ainda na fase de grupos. A decepção foi grande entre os torcedores, que esperavam ver o time indo mais longe na competição. Porém, fora da Libertadores e do Paulistão, o time teve tempo para treinar e se preparar para a disputa do Brasileirão, que se tornaria o principal objetivo na temporada.

O próprio técnico Cuca deixou claro isso quando disse que o Palmeiras seria campeão brasileiro. A profecia, que incomodou os adversários na época, foi aprovada pelo grupo alviverde. Os jogadores se sentiram ainda mais motivados e prestigiados, deixando claro nas entrevistas coletivas ao longo do Brasileirão. Boa parte repetiu as palavras e elogiou a postura e o trabalho do treinador, que conseguiria cumprir a profecia em novembro.

Tchê Tchê, Cucabol, segurança de Jaílson e as quebras de tabus no Brasileirão

O Palmeiras teve duas semanas livres para trabalhar antes de a bola rolar pelo Brasileirão. Cuca aproveitou para corrigir os erros e impor seu estilo à equipe. A formação básica do comandante era o 4-2-3-1, mas que se transformava com facilidade no 4-1-4-1 ou até mesmo no 4-4-2, com duas linhas fixas de quatro jogadores. Essas opções táticas foram importantes para que o time mantivesse a regularidade no campeonato. 

E elas só foram possíveis de serem empregadas graças à versatilidade dos jogadores que Cuca tinha à disposição. Tchê Tchê era um dos nomes. O lateral-direito, que também atuava como volante e meia, se destacou no Paulistão pelo Audax e foi contratado logo após o Estadual. Com apenas 23 anos, chegou ao Palmeiras e não sentiu o peso da camisa, se tornando uma das peças fundamentais da equipe e um dos destaques do Brasileirão.

Ao longo do campeonato, o Palmeiras chamou a atenção não apenas pelos resultados, mas também por uma característica peculiar: o bom aproveitamento das bolas aéreas com Moisés e os zagueiros Mina e Vitor Hugo. Apelidada de “Cucabol”, a tática se tornou uma das armas do time no Brasileirão. Apesar de Cuca não gostar do termo, pois o considerava pejorativo, o time soube aproveitar muito bem as jogadas.

Quem não decepcionou no campeonato foi o goleiro Jailson, que teve a missão de substituir o ídolo Fernando Prass, que a princípio deixou a meta alviverde para disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e posteriormente por lesão. O experiente goleiro assumiu a titularidade na 19ª rodada do Brasileirão e depois que entrou foi um dos responsáveis por consolidar a defesa alviverde como a melhor do campeonato, além de terminar a competição invicto.

Um dos fatos que também marcou a campanha do Palmeiras no Brasileirão foram as quebras de tabu. O time encerrou marcas negativas que carregava ao longo dos últimos anos, como não vencer o Sport em Recife, o Internacional no Beira-Rio e o Atlético-PR em Curitiba. Além disso, o Palmeiras venceu duelos decisivos, como o contra a equipe do Flamengo, e bateu os rivais paulistas Corinthians e São Paulo, para chegar ao título depois de 22 anos.

A despedida do “menino” Jesus e o nascimento de um novo líder

Uma das características do Palmeiras nas duas últimas temporadas foi mesclar experiência com juventude. Em 2016, Fernando Prass, Jailson, Jean, Edu Dracena e Zé Roberto foram as referências para Mina, Vitor Hugo, Tchê Tchê, Roger Guedes e Gabriel Jesus. A presença e o apoio dos atletas mais velhos ajudaram principalmente o atacante de 19 anos, que conseguiu se firmar entre os titulares.

Gabriel Jesus se tornou o artilheiro do Palmeiras na temporada com 21 gols, sendo 12 deles marcados no Brasileirão. Além disso, o camisa 33 alviverde brilhou com a camisa da Seleção Brasileira. Nas Olimpíadas conquistou a inédita medalha de ouro, e depois, já na principal, sob o comando de Tite, marcou cinco gols em seis jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia.

O futebol apresentado e os números chamaram a atenção dos principais times europeus. A proposta mais tentadora veio do Manchester City, atualmente comandado por Pep Guardiola. Em agosto, as partes se acertaram e Gabriel Jesus foi vendido por 32,75 milhões de euros. O acordo, porém, permitiu que o atacante seguisse vestindo a camisa alviverde até o termino do Brasileirão, quando se tornaria campeão.

Se Gabriel Jesus se despediu do Palmeiras, 2016 reservou o surgimento de um novo líder no time. O atacante Dudu, que na última temporada se envolveu em diversas polêmicas, foi escolhido por Cuca para ser o capitão durante o Brasileirão. A decisão do treinador deu resultado, pois junto com a braçadeira, o camisa 7 do Palmeiras ganhou responsabilidade e se transformou em uma das peças fundamentais do time.

Nova diretoria, novo treinador: a perspectiva alviverde para 2017

O Palmeiras vai iniciar 2017 com presidente novo. Maurício Galiotte vai suceder Paulo Nobre, que ficou no comando do clube nos últimos quatro anos. O novo presidente terá a missão de dar continuidade ao trabalho de Nobre, que deixou o clube em uma situação financeira confortável, porém com alguns problemas a serem resolvidos, como a conturbada relação entre Palmeiras e WTorre.

E não é só presidente novo que o Palmeiras terá em 2017. O time alviverde contará também com um novo treinador: Eduardo Baptista. O ex-técnico da Ponte Preta substituiu Cuca, que deixou o comando após a conquista do Brasileirão por questões pessoais. Baptista, apesar da pouco tempo na função, tem trabalhos importantes em seu currículo, como na própria Ponte Preta este ano e no Sport, em 2015.

Eduardo Baptista terá à disposição para a temporada 2017, o melhor clube do Brasil, uma das melhores estruturas do futebol nacional e, claro, um bom legado deixado por seu antecessor. Seu principal objetivo, assim como do clube, será a Libertadores, que em 2017 contará com mais times e vai durar mais tempo. Se Eduardo Baptista conseguir manter o nível de futebol apresentado pelo Palmeiras no Brasileirão, o time alviverde pode seguir brilhando em 2017.

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