Em 2016, Palmeiras vai da decepção na Libertadores ao fim do jejum no Brasileirão
![Montagem / Divulgação Palmeiras](https://jpimg.com.br/uploads/2017/04/941930946-depois-da-copa-do-brasil-2016-reservou-conquista-do-campeonato-brasileiro-ao-palmeiras.jpg)
Campeão da Copa do Brasil, dinheiro em caixa, chegada de reforços pontuais, Gabriel Jesus em ascensão. No início da temporada não faltavam motivos para o torcedor do Palmeiras acreditar em novas conquistas em 2016. E isso aconteceu. O time alviverde se sagrou campeão brasileiro depois de 22 anos de jejum. Mas, o caminho até o êneacampeonato nacional foi longo e árduo.
Briga contra o rebaixamento no Paulistão e eliminação precoce na Libertadores
Antes de iniciar a busca pelo título, o Palmeiras e sua torcida sofreram no início da temporada. Marcelo Oliveira, técnico campeão da Copa do Brasil no ano anterior, teve dificuldades para fazer com que o time repetisse as boas atuações de 2015 na Libertadores da América e até no Campeonato Paulista. Com um futebol abaixo do esperado, o treinador não resistiu à pressão e acabou sendo demitido em março.
Para seu lugar, a diretoria do Palmeiras optou por Cuca, que estava sem clube desde dezembro de 2015, quando deixou o Shandong Luneng, da China. O início do novo comandante não foi fácil, com quatro derrotas seguidas. O primeiro triunfo só saiu em sua quinta partida, diante do Rio Claro, no Estadual. Cuca levou o time da briga contra o rebaixamento no Paulistão à semifinal, quando parou nos pênaltis para o Santos, jogando na Vila Belmiro.
Na Libertadores, apesar de todas as mudanças impostas pelo novo treinador, o Palmeiras fracassou e não conseguiu avançar ao mata-mata, sendo eliminado ainda na fase de grupos. A decepção foi grande entre os torcedores, que esperavam ver o time indo mais longe na competição. Porém, fora da Libertadores e do Paulistão, o time teve tempo para treinar e se preparar para a disputa do Brasileirão, que se tornaria o principal objetivo na temporada.
O próprio técnico Cuca deixou claro isso quando disse que o Palmeiras seria campeão brasileiro. A profecia, que incomodou os adversários na época, foi aprovada pelo grupo alviverde. Os jogadores se sentiram ainda mais motivados e prestigiados, deixando claro nas entrevistas coletivas ao longo do Brasileirão. Boa parte repetiu as palavras e elogiou a postura e o trabalho do treinador, que conseguiria cumprir a profecia em novembro.
Tchê Tchê, Cucabol, segurança de Jaílson e as quebras de tabus no Brasileirão
O Palmeiras teve duas semanas livres para trabalhar antes de a bola rolar pelo Brasileirão. Cuca aproveitou para corrigir os erros e impor seu estilo à equipe. A formação básica do comandante era o 4-2-3-1, mas que se transformava com facilidade no 4-1-4-1 ou até mesmo no 4-4-2, com duas linhas fixas de quatro jogadores. Essas opções táticas foram importantes para que o time mantivesse a regularidade no campeonato.
E elas só foram possíveis de serem empregadas graças à versatilidade dos jogadores que Cuca tinha à disposição. Tchê Tchê era um dos nomes. O lateral-direito, que também atuava como volante e meia, se destacou no Paulistão pelo Audax e foi contratado logo após o Estadual. Com apenas 23 anos, chegou ao Palmeiras e não sentiu o peso da camisa, se tornando uma das peças fundamentais da equipe e um dos destaques do Brasileirão.
Ao longo do campeonato, o Palmeiras chamou a atenção não apenas pelos resultados, mas também por uma característica peculiar: o bom aproveitamento das bolas aéreas com Moisés e os zagueiros Mina e Vitor Hugo. Apelidada de “Cucabol”, a tática se tornou uma das armas do time no Brasileirão. Apesar de Cuca não gostar do termo, pois o considerava pejorativo, o time soube aproveitar muito bem as jogadas.
Quem não decepcionou no campeonato foi o goleiro Jailson, que teve a missão de substituir o ídolo Fernando Prass, que a princípio deixou a meta alviverde para disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e posteriormente por lesão. O experiente goleiro assumiu a titularidade na 19ª rodada do Brasileirão e depois que entrou foi um dos responsáveis por consolidar a defesa alviverde como a melhor do campeonato, além de terminar a competição invicto.
Um dos fatos que também marcou a campanha do Palmeiras no Brasileirão foram as quebras de tabu. O time encerrou marcas negativas que carregava ao longo dos últimos anos, como não vencer o Sport em Recife, o Internacional no Beira-Rio e o Atlético-PR em Curitiba. Além disso, o Palmeiras venceu duelos decisivos, como o contra a equipe do Flamengo, e bateu os rivais paulistas Corinthians e São Paulo, para chegar ao título depois de 22 anos.
A despedida do “menino” Jesus e o nascimento de um novo líder
Uma das características do Palmeiras nas duas últimas temporadas foi mesclar experiência com juventude. Em 2016, Fernando Prass, Jailson, Jean, Edu Dracena e Zé Roberto foram as referências para Mina, Vitor Hugo, Tchê Tchê, Roger Guedes e Gabriel Jesus. A presença e o apoio dos atletas mais velhos ajudaram principalmente o atacante de 19 anos, que conseguiu se firmar entre os titulares.
Gabriel Jesus se tornou o artilheiro do Palmeiras na temporada com 21 gols, sendo 12 deles marcados no Brasileirão. Além disso, o camisa 33 alviverde brilhou com a camisa da Seleção Brasileira. Nas Olimpíadas conquistou a inédita medalha de ouro, e depois, já na principal, sob o comando de Tite, marcou cinco gols em seis jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia.
O futebol apresentado e os números chamaram a atenção dos principais times europeus. A proposta mais tentadora veio do Manchester City, atualmente comandado por Pep Guardiola. Em agosto, as partes se acertaram e Gabriel Jesus foi vendido por 32,75 milhões de euros. O acordo, porém, permitiu que o atacante seguisse vestindo a camisa alviverde até o termino do Brasileirão, quando se tornaria campeão.
Se Gabriel Jesus se despediu do Palmeiras, 2016 reservou o surgimento de um novo líder no time. O atacante Dudu, que na última temporada se envolveu em diversas polêmicas, foi escolhido por Cuca para ser o capitão durante o Brasileirão. A decisão do treinador deu resultado, pois junto com a braçadeira, o camisa 7 do Palmeiras ganhou responsabilidade e se transformou em uma das peças fundamentais do time.
Nova diretoria, novo treinador: a perspectiva alviverde para 2017
O Palmeiras vai iniciar 2017 com presidente novo. Maurício Galiotte vai suceder Paulo Nobre, que ficou no comando do clube nos últimos quatro anos. O novo presidente terá a missão de dar continuidade ao trabalho de Nobre, que deixou o clube em uma situação financeira confortável, porém com alguns problemas a serem resolvidos, como a conturbada relação entre Palmeiras e WTorre.
E não é só presidente novo que o Palmeiras terá em 2017. O time alviverde contará também com um novo treinador: Eduardo Baptista. O ex-técnico da Ponte Preta substituiu Cuca, que deixou o comando após a conquista do Brasileirão por questões pessoais. Baptista, apesar da pouco tempo na função, tem trabalhos importantes em seu currículo, como na própria Ponte Preta este ano e no Sport, em 2015.
Eduardo Baptista terá à disposição para a temporada 2017, o melhor clube do Brasil, uma das melhores estruturas do futebol nacional e, claro, um bom legado deixado por seu antecessor. Seu principal objetivo, assim como do clube, será a Libertadores, que em 2017 contará com mais times e vai durar mais tempo. Se Eduardo Baptista conseguir manter o nível de futebol apresentado pelo Palmeiras no Brasileirão, o time alviverde pode seguir brilhando em 2017.
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