Em momento de comentarista, Marco Antonio Villa critica o futebol brasileiro
Marco Antonio Villa, professor de história da USP, mostrou que não é apenas este o assunto que domina durante o Jornal da Manhã, da Jovem Pan. O professor teve o seu momento como um verdadeiro comentarista esportivo da rádio, e a análise é óbvia: o momento do futebol brasileiro não é bom.
“ É engraçado, o Brasil é um País curioso. A gente a acha que repetindo várias vezes mesmo erro, vai virar acerto. É o contrário. E a gente gosta de esconder os nossos problemas, sempre a culpa é do outro. O Sartre dizia que o inferno são os outros. Ou a culpa é de Portugal, depois a Inglaterra, depois os EUA, deve ser a China aqui a pouco. No futebol o curioso parece que nada aconteceu, o 7 a 1foi simplesmente um acaso. Foram os seis minutos, o resto estava tudo ótimo” analisou Villa.
Obviamente, como historiador, o professor recorreu ao passado para fazer a análise sobre a atual situação do futebol nacional. Para isso usou o time de sua cidade natal, Rio Preto, para mostrar como era a força dos times do interior na era de ouro brasileira.
“O América de Rio Preto subiu em 1964 e o primeiro jogo foi logo contra o Santos, foi 2 a 1, dois gols do Valtinho, o Pelé foi e fez o gol de pênalti. Foi logo depois da Copa das Nações, que o Pelé estava meio machucado, o Brasil tomou de 3 a 0 da Argentina e a gente via os times do interior, os times do Rio com timaços. A convocação da Seleção Brasileira com 22 sobrava um monte de gente. Agora não, agora a gente tem que procurar quem chamar”, contou.
Villa ainda analisou o risco cultural que é o futebol Brasil perder a sua relevância internacional, dado o fato que o futebol é de longe o maior produto cultural exportado pelo País. Para ilustras, o professor contou um episódio que viveu no Peru.
“Eu tive em Lima, no Peru, um mês antes da Copa e eu ficava andando de taxi. Todos sabiam do futebol brasileiro na ponta da língua, não tinha um motorista. E teve um que fez o seguinte: ‘sabe qual foi o jogo da minha vida? Brasil x França 1 a 1 no Mundial de 1986. Ele ligou para o filho dele de dentro do carro e falou ‘filho, fala aqui para o brasileiro qual foi o jogo da minha vida. Brasil e França’ (risos)”, disse.
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