Em virada emocionante, Real goleia Atlético na prorrogação e é campeão
Maior vencedor da Liga dos Campeões da Europa, com nove títulos, o Real Madrid via sua torcida ansiosa pela décima conquista continental há 12 anos, desde que superou o Bayer Leverkusen na final. Entretanto, a espera teve fim neste sábado. Em jogo emocionante realizado no Estádio da Luz, em Lisboa, o clube branco teve reação histórica e, na prorrogação, triunfou por 4 a 1, garantindo mais um troféu do torneio.
Autor do gol que garantiu o título espanhol diante do Barcelona, no último sábado, o zagueiro Diego Godín ficou próximo de assegurar espaço ainda maior nas páginas da história do Atlético. Aos 36 minutos, o atleta uruguaio aproveitou falha do experiente Iker Casillas e balançou as redes adversárias.
No entanto, outro zagueiro não permitiu que Godín virasse carrasco do Real. Aos 48 minutos da etapa complementar, o meio-campista Luka Modric cobrou escanteio pelo lado direito e Sergio Ramos, de cabeça, desviou para o canto direito do gol de Courtois, sem chances ao goleiro belga. Na prorrogação, foram Gareth Bale, aos sete minutos, Marcelo, aos 13 minutos, e Cristiano Ronaldo, aos 15 minutos, que garantiram o título.
Com este resultado, clube branco chega ao aguardado décimo título da mais tradicional e importante competição da Europa. Anteriormente, foi campeão em 1955/56, 1956/57, 1957/58, 1958-59, 1959/60, 1965/66, 1997/98, 1999/00 e 2001/02. Já o Atlético, fundado em 26 de abril de 1903, jamais foi campeão.
O jogo: Com alguns de seus principais jogadores ainda sofrendo com problemas físicos, Real Madrid e Atlético de Madrid entraram em campo com o que poderiam oferecer de melhor neste momento. Aparentemente recuperado de problemas musculares, Cristiano Ronaldo foi escalado como titular da equipe comandada por Carlo Ancelotti, assim como o centroavante Karim Benzema. O zagueiro Pepe (lesionado) e o volante Xabi Alonso (suspenso), por sua vez, não puderam estar em campo.
Já pelo lado da outra equipe da capital espanhola, a principal duvida era Diego Costa. O brasileiro sofreu lesão muscular no último sábado e teve prazo de retorno estimado em 15 dias, mas realizou tratamento com placenta de égua e entrou em campo. Entretanto, não suportou o incômodo causado pelo problema físico e deixou o gramado logo aos nove minutos, dando lugar ao também atacante Adrián.
Equilibrado, o jogo foi dominado pelo Real nos minutos iniciais, principalmente pela postura demasiadamente defensiva do time comandado por Diego Simeone. Mas, apesar da maior posse e bola e presença no setor ofensivo, a equipe branca ofereceu pouco perigo ao goleiro Courtois, abusando de lançamentos em profundidade para Benzema.
Aos 33 minutos, quando o Atlético já havia equilibrado as ações do duelo, Gareth Bale teve a melhor chance para abrir o marcador. Aproveitando falha em saída de bola do português Tiago, o galês fez grande jogada individual pelo centro, invadiu a área e, quase na marca do pênalti, acabou chutando para fora. Xabi Alonso, nas arquibancadas, não conteve sua frustração com o lance.
O ‘castigo’ pelo gol desperdiçado por Bale veio apenas três minutos depois. Após cobrança de escanteio pelo lado direito, a bola retornou ao centro da área, onde estava Diego Godín. O zagueiro uruguaio cabeceou por cima de Iker Casillas, bastante adiantado, e colocou seu time em vantagem no marcador.
Na volta para etapa complementar, os treinadores optaram por manter em campo os mesmos atletas que encerraram o primeiro. No entanto, o sistema de marcação apresentado pelo Atlético foi diferente, exercendo grande pressão já na saída de bola rival, principalmente com Adrián. Com isto, Ancelotti acabou colocando Marcelo e Isco nas vagas de Coentrão e Khedira, respectivamente.
As alterações realizadas pelo comandante italiano tornaram o Real mais ofensivo, principalmente com a habilidade do brasileiro pelo lado esquerdo. Para tentar inibir as investidas do adversário, Diego Simeone colocou José Sosa no lugar de Raúl García, aos 21 minutos, e deslocou Koke para o setor mais perigoso do rival.
Com o lado esquerdo bem marcado, as principais chances da equipe branca passaram a surgir pela direita, com Bale. Na melhor delas, aos 32 minutos, o galês arrancou pela direita, deu um tapa na frente e invadiu a área. Contudo, falhou mais uma vez na finalização e acertou a rede lateral do gol de Courtois.
A pressão do Real seguiu intensa nos minutos finais e Cristiano Ronaldo começou a aparecer com mais frequência. O gol salvador, porém, não foi do atacante português. Aos 48 minutos, Modric cobrou escanteio pelo lado direito, Sergio Ramos subiu alto e, de cabeça, não deu chances ao goleiro Courtois. Emocionante, a partida foi para prorrogação.
Esgotados fisicamente, os times apresentaram ritmo muito lento nos primeiros 15 minutos da prorrogação. A partida seguia equilibrada na etapa complementar até os sete minutos, quando Gareth Bale completou para o fundo do gol após Courtois dar rebote em chute de Di María. Na sequência, Marcelo e Cristiano Ronaldo (de pênalti) transformaram o resultado em goleada e garantiram o título ao Real.
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