Emily chega à Seleção e espera ter Marta e Cristiane no novo ciclo olímpico

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/11/2016 13h32
Divulgação / Kin Saito / CBF Emily Lima realizou sua primeira entrevista coletiva como técnica da Seleção nesta quinta-feira

Emily Lima foi apresentada oficialmente nesta quinta-feira como nova técnica da Seleção Brasileira Feminina de Futebol. Primeira mulher a ocupar o cargo na história, a ex-jogadora de 36 anos chega para comandar algumas ex-colegas, com quem dividiu o campo no início dos anos 2000. E apesar da idade avançada destas atletas, a treinadora pretende contar com elas.

A craque Marta é a principal esperança de Emily para a Olimpíada de 2020, em Tóquio, quando terá 34 anos. A atacante Cristiane, outra estrela da seleção, terá 35. Até com a veteraníssima Formiga, de 38 anos e seis Olimpíadas, a treinadora gostaria de contar. No entanto, a jogadora anunciou que se aposentará ao fim deste ano.

“Ainda acredito que a Marta consiga ficar nesse ciclo de quatro anos, nesse ciclo olímpico, e a Cristiane também. Gostaria que a Formiga também, mas ela já estará com seus 42 anos e não sei. Mas eu ainda apostaria que daria para a gente trabalhar juntas nesse ciclo. Acredito nas meninas novas que estão vindo. Mas temos que ver essa renovação com cautela”, comentou Emily durante sua apresentação, na sede da CBF.

Em seu último trabalho antes de chegar à Seleção, a treinadora levou o São José até a final da Copa do Brasil deste ano, ficando com o vice-campeonato após derrota para o Audax/Corinthians na final. Em 2013, ela já havia se tornado a primeira técnica mulher a trabalhar como técnica na CBF, assumindo o sub-17.

Ela começou no mundo do futebol como jogadora no Saad, de São Paulo, jogou por diversos clubes do País e atuou cinco anos na Espanha. Em 2009, encerrou sua carreira como jogadora na Itália, devido a diversas lesões. Internacionalmente, atuou pela seleção portuguesa, país que escolheu defender e onde iniciou a trajetória como treinadora.

Neste novo desafio, Emily espera contribuir para o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. “Meu principal sonho era estar aqui. Acho que o primeiro sonho está sendo realizado. O segundo não é pessoal. É ver a modalidade ser reconhecida e valorizada no nosso País. Para mim, o meu maior sonho é ver a modalidade onde ela merece estar. Acho que a cultura do nosso País é machista, mas a gente está quebrando essa barreira. Vou valorizar muito o que o presidente está fazendo, de ter muita coragem de colocar uma mulher à frente da seleção principal.”

O primeiro compromisso oficial de Emily à frente da Seleção já tem data marcada: será o Torneio Internacional de Manaus, no mês que vem. Por ser o início da caminhada e diante da própria torcida, a treinadora considera este seu maior desafio no momento.

“Vai ser o meu maior desafio, por ser a primeira competição. Tenho que ter muita calma com toda a minha comissão técnica. Não ir com muita sede. É a competição mais importante, por ser a nossa primeira. Todos aqui dentro estão me dando apoio, me orientando. A gente sempre está aprendendo. Esse é meu objetivo aqui dentro”, afirmou.

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