Especialista em Direito Internacional explica ligação dos EUA com investigação

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2015 17h33
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EUA estão envolvidos em investigação de esquema de corrupção da Fifa

EFE Escândalo de corrupção na Fifa

O professor Claudio Finkelstein, advogado especialista em Direito Internacional e professor da PUC, concedeu entrevista à Rádio Jovem Pan, nesta quarta-feira (27), para explicar um pouco dos trâmites que envolvem o escândalo de corrupção na Fifa, revelado pelas autoridades dos Estados Unidos e da Suíça.

Ele explicou por que os EUA estão envolvidos na investigação, apesar de a Fifa ser localizada na Suíça.

“Primeiramente, temos que deixar claro que os Estados Unidos vão julgar um crime que reputa como cometido nos Estados Unidos. Como foi mencionado anteriormente, houve uma utilização do sistema financeiro americano, certamente as transações foram em dólares norte-americanos. Há também acusações de lavagem de dinheiro em território americano. Compra de imóveis, operações financeiras, sempre nos EUA”, disse.

“O que os Estados Unidos estão fazendo é apurando um eventual ilícito acontecido na jurisdição americana. Foram feitas diversas investigações que levaram a conclusões que fazem a fundamentação desse pedido de extradição da Suíça. O que nós temos apurado pela mídia é que, como existe um congresso da Fifa, da eleição, onde todos os investigados estariam juntos naquele momento, foi pedido uma ajuda, uma cooperação do judiciário suíço para que prenda, interrogue e extradite essas pessoas para serem julgadas nos EUA. Mas esse processo de extradição tende a ser longo. A impressão que dá é que na semana que vem eles estarão nos Estados Unidos, mas esse não me parece ser o caso”, prosseguiu.

O advogado esclareceu de forma resumida como funciona o processo de extradição dos supostos envolvidos no caso.

“Óbvio, se eles concordarem em serem julgados nos EUA, eles podem ir hoje ou amanhã sem o menor problema. Caso contrário, é um processo que nós denominamos como extradição. Tem advogados em ambas as partes, na acusação e na defesa, e é julgado por um juiz. Estão presentes as condições para extradição, faz se a extradição. Não estão presentes, não se faz. Eles permanecem detidos na Suíça. O prazo é de 40 dias para que se formalize o pedido de extradição”, pontuou.

Ao ser perguntado sobre o caso de José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que está entre os 14 indiciados, Claudio Finkelstein esclareceu que o governo brasileiro pode pedir a extradição do mandatário caso julgue que ele deve ser julgado no país.

“O Brasil, caso se sinta intitulado a processá-lo, pode pedir a extradição também. Mas se o Brasil sentir que se enquadra na legislação penal brasileira, ele também pode pedir a extradição desse seu cidadão”, finalizou.

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