Especialista inglês garante: “Vocês são os favoritos pra vencer a próxima Copa”

  • Por Jovem Pan
  • 21/01/2014 11h57
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Com a Copa do Mundo cada vez mais próxima, o assunto é debatido em todos os cantos, e uma das principais perguntas é: será que o Brasil conquistará o hexa?

A Jovem Pan conversou com o especialista em futebol, professor do curso de técnicos de futebol da Southampton Solent University, na Inglaterra, Mario Marian, que comentou sobre o as diferenças do futebol brasileiro e inglês, a troca de experiências entre treinadores e a expectativa para a Copa.

Marian já trabalhou como olheiro e supervisor de categorias de base de grandes times da Inglaterra, como Arsenal, Totenham e Liverpool e outros clubes da Europa, como Herta Berlin, Inter de Milão e Roma. Já trabalhou como consultor da seleção Paraguai e da Romênia, e ainda desenvolve trabalhos para a Premier League. A visão dele sobre treinadores é que brasileiros deve aprender com os europeus, e vice-versa. “Os europeus com a formação de talentos e de um jogo bonito dos brasileiros e os brasileiros com as novas tecnologias e táticas dos Europeus pra continuarem vencendo”. 

A crítica aos brasileiros, no entanto, não escapa: “Algumas vezes eles não são tão estudiosos e aplicam como treinadores apenas a experiência que eles tiveram como jogadores. E não é assim. Existe uma diferença entre você ser o passageiro de um carro e você ser o motorista”.

A diferença entre a postura de jogadores e treinadores brasileiros na Europa também é objeto de análise de Marian, que afirma que os técnicos não se inserem na cultura europeia. “Eles deveriam tentar se encaixar em algumas características. Uma coisa boa que acontece na Europa é que os técnicos tem essa formação. Então eles começam do básico e vão tirando licenças até chegarem ao topo, um time profissional. Existe uma uniformidade de trabalho. Assim, um técnico bem sucedido na Inglaterra, por exemplo, não tem dificuldade em trabalhar em outro país, já que o método de trabalho é basicamente o mesmo”.

A experiência de Luiz Felipe Scolari no Chelsea foi um exemplo, já que o treinador não se encaixou no clube inglês. Na Seleção, porém Felipão é vencedor, e faz o especialista acreditar no hexa. “O que eu posso dizer? Vocês são os favoritos pra vencer a próxima Copa. Ele tem muito sucesso. Tudo bem, às vezes você quer um time jogando bonito, mas na Copa do Mundo o que vale é vencer. Se Scolari confia em seu trabalho e tem sucesso nele, temos que respeitá-lo”.

O estilo de jogo de clubes como Barcelona, Bayern e da Seleção da Espanha, tido como exemplo, não pode ser seguido por todos. Marian explica que o importante é usar o estudo e a tecnologia para adaptar com os jogadores que se tem. bonito, do jeito que o torcedor gosta. “O futebol é um grande produto e você tem que entregar para o torcedor o produto que ele quer, mas, claro, de maneira efetiva. Não adianta jogar bonito e perder”.

A dependência em cima de um jogador também é condenada pelo especialista: “É preciso encontrar um equilíbrio. Se você tiver um craque no time, o Neymar por exemplo, você precisa ter uma tática pra utilizar esse talento da melhor maneira possível. Fazer com que os outros jogadores do time o ajudem. Se não for assim, esse talento pode ser desperdiçado. Também é importante que esse craque também faça parte dessa estratégia. Não é fazer o time jogar pra ele, mas fazer o craque jogar para o time, pois é o time que ganha”.

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