“Estamos preocupados exclusivamente com as famílias”, diz prefeito de Chapecó
O prefeito de Chapecó (SC), Luciano Buligon, em entrevista exclusiva à Jovem Pan, confirmou o luto de 30 dias na cidade após o acidente que matou ao menos 76 pessoas na madrugada desta terça-feira (29) na Colômbia.
“Estamos preocupados única e exclusivamente com as famílias. Dar o ombro, chorarmos juntos essa tragédia. Algo que nos abalou profundamente. Era o momento que vivíamos um sonho. Estávamos muito felizes e saímos desse sonho para esse pesadelo que não tem como mensurar”, lamentou o prefeito.
Presente na lista de passageiros do voo, Luciano Buligon ficou em São Paulo para uma reunião e embarcaria para a Colômbia posteriormente.
Ele fez questão de deixar claro que a preocupação da Prefeitura de Chapecó é apenas com os familiares das vítimas e com aqueles que sobreviveram.
“Há um sentimento de luto profundo em Chapecó e estamos apenas minimizando com essas atividades para poder trazer o mais rápido possível os atletas que se feriram e os corpos, para que as famílias possam ter a dignidade de ao menos se despedir”, disse.
Segundo o prefeito, todos as vítimas fatais serão trazidas a Chapecó pelos aviões da FAB. “De lá, levamos os corpos para as demais cidades de acordo com as solicitações das famílias. As famílias vão dizer para onde vão. A partir de Chapecó, em voos menores, levaremos cada um. Essa é a garantia da Chapecoense e da prefeitura. Pode ser que haja deslocamento terrestre também”, garantiu Buligon.
Deslocamento até a Colômbia
O presidente Michel Temer autorizou na manhã desta terça que aeronaves da Força Aérea Brasileira realizem a viagem de familiares e de médicos, além do prefeito, até a Colômbia.
“Primeiro uma aeronave menor para levar eu e os médicos e depois uma maior, para que possam transladar os corpos das vítimas”, explicou.
Ainda hoje o prefeito, portanto, dirige-se ao local do acidente, junto a médicos e o conselho jurídico do clube.
Logística do voo
Questionado se o voo por uma empresa boliviana era o previsto, Luciano Buligon disse que a melhor saída era essa, em “questão logística”. “A Chapecoense saiu de SP em voo regular até Santa Cruz de La Sierra e de lá foram para a Colômbia”, ressaltou.
Velório coletivo
Luciano Buligon disse que a realização de um velório coletivo dependerá das famílias, mas que se estas decidirem por isso, a Prefeitura realizará.
“A decisão não está tomada, vai depender das famílias”, repetiu.
Forças para continuar
O prefeito de Chapecó disse que a união, característica do município, ajudará o clube a retomar seu lugar no futebol brasileiro. “Eu tenho a impressão que sim, depois de toda essa dor de passarmos por período de muita dor, eu tenho a impressão que teremos força. É característica daqui a união para enfrentar dificuldades. Meu sentimento é que vamos dar a volta por cima”, disse esperançoso.
O acidente
O avião que transportava a equipe da Chapecoense sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (29), por volta da 01h15, quando se aproximava de Medellín, na Colômbia. A equipe seguia viagem para a disputa da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional nesta quarta-feira (30).
As autoridades colombianas afirmam que apenas cinco pessoas sobreviveram. Segundo a Rádio Caracol, da Colômbia, o avião não explodiu.
Alan Ruschel, Jackson e o goleiro Danilo foram os três primeiros jogadores confirmados pela imprensa local de terem sido resgatados do local. Uma tripulante e o jornalista Rafael Henzel também saíram com vida da tragédia. Algumas horas depois, foi confirmado que o zagueiro Neto também foi encontrado com vida e encaminhado para hospital. A rádio Caracol confirmou às 9h40 (horário de Brasília), no entanto, que o goleiro Danilo, resgatado com vida, morreu no centro de atendimento.
Segundo autoridades colombianas, ao menos 76 pessoas morreram no acidente. A informação foi divulgada pelo comandante da Polícia Metropolitana de Medellín, general José Acevedo, e confirmada pela Aeronáutica da Colômbia.
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