EUA acusam Ricardo Teixeira, Del Nero e outros 14 em caso de corrupção na Fifa
A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, anunciou nesta quinta-feira acusações contra 16 dirigentes e ex-dirigentes de altos cargos da Fifa, entre eles os brasileiros Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, e responsabiliza todos eles por “abuso contínuo” de sua posição no organismo para enriquecimento próprio.
Teixeira, ex-presidente da CBF, e Del Nero, atual mandatário do organismo nacional, aparecem em uma lista de acusados que inclui também o ex-presidente de Honduras Rafael Ruelas, que governou o país centro-americano entre 1990 e 1994 e atualmente é integrante da Comissão de Marketing e Televisão da Fifa, segundo documento divulgado pelo governo americano.
“Não contentes em sequestrar o esporte mais popular do mundo por décadas com lucro ilícito, estes acusados tentaram institucionalizar sua corrupção para garantir que poderiam viver dela, não pelo bem do jogo, mas para seu próprio engrandecimento pessoal e o aumento de sua riqueza”, disse Loretta em entrevista coletiva.
“A mensagem deste anúncio deve ficar clara para todos os culpados que permanecem nas sombras, com a esperança de evadir nossa investigação. Vocês não vão escapar”, advertiu.
As novas acusações atingem especialmente dirigentes da América Central e da América do Sul, entre os quais aparecem os presidentes da Concacaf, Alfredo Hawit, e da Conmebol, Juan Ángel Napout, detidos hoje em Zurique.
Outros afetados são o presidente da Federação Equatoriana de Futebol, Luis Chiriboga, assim como aos argentinos Eduardo Deluca e José Luis Meiszner, ambos ex-secretários-gerais da Confederação Sul-Americana.
O ex-presidente da Federação Panamenha de Futebol (Fepafut) Ariel Alvarado, também se encontra entre os acusados aos quais os EUA querem julgar em seu território, segundo Loretta.
Para justificar os pedidos de extradição dos líderes da Fifa, a procuradora-geral americana argumentou que as negociações para intercambiar influências e dinheiro ilícito ocorreram no país e que, além disso, os acusados utilizaram os bancos de Wall Street para mascarar os subornos.
As novas acusações quase dobram o tamanho da macro-investigação contra o organismo máximo do futebol mundial, que recebeu seu primeiro golpe em maio passado, quando a justiça dos EUA formulou acusações de corrupção publicamente contra 14 pessoas, dos quais sete foram detidos na Suíça. Entre eles, apenas dois aceitaram voluntariamente a extradição, o americano Jeffrey Webb e José María Marin, também ex-presidente da CBF.
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