Ex-árbitro não hesita: “maior medalha de 2016 seria passar País a limpo”

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2016 15h53

Carlos Renato dos Santos CBB/Divulgação Carlos Renato dos Santos

Ex-árbitro de basquete e atual comentarista do Sportv, Carlos Renato dos Santos, o popular Renatinho, tem consciência de que o povo brasileiro não ficará feliz apenas com um eventual bom desempenho do País nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Em entrevista exclusiva a Fausto Favara para o Domingo Esporte, da Rádio Jovem Pan, o homem que apitou as finais olímpicas do basquete masculino em 2000 e 2004 admitiu que, mais do que o sucesso na Rio-2016, o Brasil precisa, mesmo, é de uma resolução na sua situação política.

“A expectativa de o Brasil representar bem o seu povo é sempre muito grande. A gente sabe que neste momento o Brasil passa por uma turbulência política e econômica, então a Olimpíada até vem como um alento a tudo isto. A principal medalha que o Brasil poderia conquistar neste momento, sem dúvidas, seria ver o País sendo passado a limpo e as coisas caminhando bem”, afirmou Renatinho. “Isto complementaria as medalhas que o Brasil pode vir a ganhar nos Jogos do Rio”, acrescentou. 

Sobre o basquete em si, Renatinho se mostrou otimista apenas com o time masculino. Para o ex-árbitro é possível que os meninos do Brasil terminem os Jogos do Rio em um lugar do pódio. “O basquete masculino precisa de um bom resultado internacional. O Brasil foi bem no último Mundial, participou de uma Olimpíada depois de três edições, então a expectativa é grande. Tem que competir com a força máxima e tentar beliscar uma medalha, por que não?”, declarou. 

As boas predições, contudo, param por aí. Renatinho não acredita que a Seleção feminina conseguirá brigar por boas posições no evento com início marcado para agosto. “O que falta é a parte estrutural e de planejamento“, avaliou o comentarista. O Brasil tem, infelizmente, uma cultura clubística, quando ela deveria ser escolar. O esporte deveria começar na escola. A gente fica muito dependente dos clubes, e isso não pode acontecer”, complementou. 

Para encerrar, Renatinho ainda revelou que teme pelo futuro do basquetebol feminino brasileiro –  que, hoje, sequer lembra aquele esporte que foi campeão mundial em 1994 e vice-olímpico em 1996. “Minha maior preocupação é com o que vai acontecer depois da Olimpíada, com como que as coisas vão ficar… Porque, se você tem o investimento hoje, e a Seleção não está bem, o que virá depois dos Jogos?”, questionou, em tom pessimista.

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