Ex-Boca e Inter, Iarley pede punição a torcedores no caso do spray de pimenta
O ex-meia e atacante Iarley tem experiência como poucos para falar sobre as características das torcidas de Brasil e Argentina. Com passagem pelo Boca Juniors, onde foi campeão mundial, o ex-jogador de Internacional, Paysandu e Corinthians comentou a relação dos torcedores com o clube argentino, que nesta semana provocaram o episódio do spray de pimenta na Libertadores.
“A relação dos ‘barrabravas’, da torcida La 12, com o clube é muito forte. Em todos os jogos, eles dizem que têm de estar presentes. No ano em que estive lá, se falava de envolvimento com tráfico de drogas, que o clube financiaria as viagens. Mas não temos nenhuma comprovação”, disse Iarley em entrevista à Rádio Jovem Pan. “Agora, relação com os jogadores não houve nenhuma. Não tive nenhum problema com a torcida, foi um ano maravilhoso”.
Para ele, os problemas que existem no país vizinho não são diferentes dos nossos. “É algo parecido porque a gente tem muitos casos aqui, que ouvimos falar, que a torcida é patrocinada pelos clubes, que dirigente que dá dinheiro pra torcida organizada. É fato, sabemos que acontece, só não temos provas”. Sobre uma punição ao Boca pelo episódio na partida com o River, Iarley cobrou as autoridades.
“Temos de fazer alguma coisa. Do jeito que está não pode ficar, tanto na Argentina quanto no Brasil. Estamos há tanto tempo exigindo melhor estádio, qualidade, fazemos arenas parecidas com as da Europa, mas infelizmente nossa cultura não permite. Somos ignorantes, selvagens mesmo, tem que ter o fosso entre a torcida e o campo”, avaliou.
Por fim, Iarley também falou sobre sua ida do Paysandu para Buenos Aires. “No confronto das oitavas na Libertadores, ganhamos na Bombonera por 1 a 0 com gol meu, depois nos venceram em Belém por 4 a 2. Quando terminou a disputa, o Carlos Bianchi me chamou pra jogar lá (no Boca)”.
Pelo time argentino, o atacante venceu, junto de Tevez, a final do Mundial de Clubes contra o Milan de Dida, Cafu, Kaká, Maldini, Seedorfm e Pirlo. Feito que repetiria em 2005 pelo Internacional, em final diante do Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. Desde 2003, o brasileiro notava o potencial do jovem Tevez: “jogava muita bola, com raça, definição muito boa. Era normal que chegasse onde chegou”, elogiou.
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