Ex-presidente comemora boa fase, mas alerta para problemas “graves” no Santos

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2015 22h03
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Reprodução Marcelo Teixeira foi presidente do Santos em duas ocasiões: de 1991 a 1993 e de 2000 a 2009

Marcelo Teixeira conhece bem o Santos: foi presidente do clube de 1991 a 1993 e de 2000 a 2009. Agora mais afastado da política do futebol, o cartola usou sua experiência para analisar, em entrevista ao repórter Raphael Thebas, da Rádio Jovem Pan, o atual momento do Peixe dentro e fora de campo e a pendência com Neymar na justiça.

“Estamos em um momento técnico, no sentido de resultados, muito positivo. Nós mesmos, os santistas, não esperávamos que fossemos conseguir esses resultados e ser, no primeiro semestre, campeões paulistas, e, no segundo, ir tão bem em duas competições tão difíceis como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro”, disse Marcelo Teixeira. “Acho que o Santos vem dentro de uma linha e de uma filosofia de pés no chão, mas de uma maneira muito inteligente, contratando jogadores mais experientes e identificados com o clube”.

No entanto, o ex-presidente alertou para os problemas fora de campo. “Existem contas a serem pagas e compromissos a serem cumpridos, e os valores são muito altos. Neste momento, nós temos não só dívidas com o fisco, mas principalmente dívidas com referência a ativos e ações trabalhistas. Quando entregamos o clube, tínhamos apenas 27 ações trabalhistas. Hoje, ele possui centenas delas, e nos preocupa demais a situação em que tiver que saldar esses compromissos”, afirmou o ex-presidente alvinegro, que continuou.

“É uma situação grave, mas muito grave, que o Santos possui nesse momento, e deve equacionar esses problemas, porque não podem ser empurrados para a frente. Um dirigente que assume um clube de futebol, como alguém que assume uma empresa, deve atuar de frente com essa responsabilidade e tem de resolver todas essas situações. É dessa forma que eu espero que o Modesto faça para que, no futuro, o Santos não tenha essas dívidas”, disse.

Em relação ao conflito entre o Santos e o pai de Neymar, referente à transferência do craque para o Barcelona, Teixeira tentou apaziguar os ânimos. “O Santos busca esclarecimentos. O Santos não dispõe de documentos que comprovem uma série de transações que ocorreram, e acho que é exatamente dessa forma que o Santos vem buscando os seus direitos. Naturalmente, o Neymar busca os seus interesses”, ponderou.

E eu particularmente tenho uma expectativa, pela boa relação que eu tenho com o pai do jogador e com o jogador, de ajudar no sentido de estreitar essa relação para que esses documentos sejam apresentados, sejam esclarecidos, e os direitos de todas as partes, tanto do Santos quanto do atleta, sejam respeitados e resguardados”, continuou Teixeira. “Acho que esse tipo de atitude, de declarações públicas, não leva a nada, não beneficia em nada. Tudo deve ser devidamente apurado e, principalmente, esclarecido para que a torcida brasileira tenha esse esclarecimento”.

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