Ex-presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman é condenado a 30 anos de prisão

Dirigente teria comprado votos de membros do Comitê Olímpico Internacional para que o Rio de Janeiro se tornasse sede da Olimpíada

  • Por Jovem Pan
  • 26/11/2021 01h00
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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO Carlos Arthur Nuzman anda em rua a caminho de audiência judicial Carlos Arthur Nuzman, chega à 7ª Vara Federal, no Rio de Janeiro, para ser interrogado em novo capítulo da Operação Unfair Play

Ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman foi condenado pelo juiz Marcelo Bretas a 30 anos, onze meses e oito dias de prisão por envolvimento em esquema de compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse escolhido como sede da Olimpíada de 2016. Além dele, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi sentenciado a mais dez anos e oito meses anos de prisão por corrupção passiva – ele já cumpre prisão por outros esquemas de corrupção no qual teria tomado parte. Leonardo Gryner, ex-diretor de operações e marketing do COB, recebeu pena de 13 anos e dez meses de reclusão. Nuzman e Gryner poderão recorrer da sentença em liberdade.

De acordo com a decisão proferida por Bretas, Nuzman foi o principal idealizador do esquema e teria cometido os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. “O condenado dedicou sua carreira pública para tornar o Rio de Janeiro cidade-sede das Olimpíadas, no entanto, apesar de tamanha responsabilidade social optou por agir contra a moralidade e o patrimônio públicos, razão pela qual valoro em seu desfavor a conduta social”, escreveu o magistrado na decisão. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Nuzman e Gryner teriam intermediado o pagamento de US$ 2 milhões a Papa Massata Diack e Lamine Diack, membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI), em troca de seus votos. Visando os vultosos contratos que se tornariam reais com o evento, Cabral teria acionado o empresário Arthur Soares, conhecido como ‘Rei Arthur’, para desembolsar o dinheiro. O ex-governador confirmou o pagamento aos dirigentes africanos em depoimento.

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