Ex-presidente santista diz que pai de Neymar foi antiético em negociações

  • Por Jovem Pan
  • 29/01/2014 16h00
DIVULGAÇÃO Luiz Alvaro de Oliveira Ribeiro LAOR Presidente do Santos

Na última semana o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, renunciou seu cargo. Nesta terça-feira, o Neymar da Silva Santos, pai e agente de Neymar, deu uma entrevista explicando como ocorreu a negociação envolvendo o jogador, o Santos e o Barcelona. Para tentar entender mais um ponto desta polêmica transação que está sob investigação espanhola a Jovem Pan ouviu com exclusividade o ex-presidente do Santos Luís Alvaro Ribeiro, que esteve a frente do clubes de 2010 a 2012.

Ele conta que o assedio começou antes, com uma proposta do Chelsea, de 30 milhões de euros, só que a multa então era de 35 milhões. “O pai de Neymar, aparentemente solidário com a minha posição de que Neymar não deveria sair, me convidou para participar de reunião com o presidente do Chelsea e ajudá-lo a dizer não”.

O problema começou, segundo ele, quando na hora da reunião o assunto mudou e frente a várias pessoas, que insistiam na compra de, ele teve que negar. “Foi o limite da falta de educação, porque ele diziam que eu iria prejudicar o garoto, mas rebati afirmando que quem vende o produto verde vende mal, e que o Brasil estava cansado de vender jovens revelações que faziam dinheiro lá fora e não aqui, e que o Neymar não estava maduro, não tinha prestigio e não tinha demonstrado todo futebol”.

Laor, como é o conhecido o ex-presidente, contou que o pai de Neymar continuou pressionando para uma negociação e houve uma reformulação no contrato do jogador, com aumento salarial, diminuição no percentual de receita de publicidade e contrato até 2015.

“Depois disso foi um ano em lua de mel, com o Neymar jogando pra burro, convocação para Seleção Brasileira e tudo mais. No ano seguinte, apareceu o assedio de Real Madrid e do Barcelona”.

A resposta dada aos clubes espanhóis foi a mesma que o Chelsea recebeu: Neymar não está a venda. O então presidente santista ainda fez questão de reforçar: “Se pagarem a multa eu não terei o que fazer porque isso está no contrato, mas eu vou fazer de tudo para não ceder o jogador”.

A conversa com o pai de Neymar, neste momento, mudou de tom. “Em conversa comigo, disse que eu estava sendo desumano e que ele tinha um cheque de 10 milhões de euros do Barcelona que ele podia depositar no mesmo dia se eu topasse. Minha resposta foi a seguinte: ‘pouco me interesse  se você tem 10 milhões, 50 milhões ou 5 reais, o Neymar não está a venda e vai continuar aqui”.

Uma nova negociação ocorreu e o contrato de Neymar com o Santos foi alterado, com data final para 2014, após a Copa do Mundo. Mais tranquilo com a situação, Laor ligou para os presidentes de Real Madrid e Barcelona e disse: “Vocês perderam. O Neymar vai ficar no Brasil”.

O pai de Neymar ainda questionou se haveria problemas que ele negociasse com outros clubes, e Luís Álvaro permitiu afinal, segundo suas palavras, “as pessoas são livres. Você fala com quem quiser, Bin Laden, Obama, Papa, eu não tenho nada para impedir”.

Quando a negociação com o Barcelona finalmente andou, Luís Álvaro já não estava mais a frente do comando do Santos, mas contou que conversou com Neymar e ele disse que queria sair e principalmente, ir para o Barça.

Se a conversa começou antes Laor não sabe, mas considerou a atitude de Neymar pai pouco ética e se decepcionou com ele.

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