Ex-vice chama Valdivia de “brilhante e indisciplinado” e diz que elenco comemorou demais em 2012

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2015 14h12
SAO PAULO, SP, BRASIL, 16/10/2011 - Coluna Monica Bergamo: Abertura da exposicao fotografica DNA Italiano no Brasil, no Conjunto Nacional. Na foto, Roberto Frizzo, diretor do Palmeiras. Foto: Greg Salibian/Folhapress - ILUSTRADA Greg Salibian/Folhapress Roberto Frizzo foi vice-presidente do Palmeiras durante a gestão de Tirone

O conselheiro Roberto Frizzo tem uma vida dentro do Palmeiras, onde já foi vice-presidente e diretor de futebol. Essa experiência lhe credencia para abordar muitos temas referentes ao clube, alguns deles bem polêmicos, como os casos de indisciplina de Valdivia, que estão vindo à tona recentemente, a saída do chileno, o rebaixamento para a Série B em 2012 e as eleições no Verdão. Foi isso que ele fez em entrevista exclusiva ao repórter Fredy Junior, da Rádio Jovem Pan.

O primeiro tema abordado foi o pedido de Osorio Furlan, investidor que ajudou o alviverde a repatriar Valdivia, para obter porcentagens de jogadores a fim de compensar o prejuízo, uma vez que o ex-camisa 10 está saindo de graça ao fim de seu contrato. “De fato o Osorio investiu naquela altura o que seria 36% do valor dos direitos econômicos do Valdivia. Acredito que, como ele tem 36%, se (o Valdivia) sair por zero, vai ganhar 36% de zero, que é zero. É um risco que ele correu; podia ter dado um resultado excelente, mas foi um negócio do futebol”, disse Frizzo, lembrando casos de perda de porcentagem de jogadores, como Gabriel Jesus, que antes tinha 75% de seu passe vinculado ao clube e, atualmente, apenas 30%.

Ainda a respeito do chileno, Frizzo lembrou dos atritos que ele causava no elenco. “Ele mesmo admitiu que bebia, e os fisioterapeutas chegaram à conclusão de que ele só resolveria o problema de contusões se parasse de beber. É um jogador brilhante, que faz a diferença, mas, como todo astro, tem um temperamento indisciplinado. Tinha atritos com o elenco, enfrentamento com o Marcos Assunção”, conta o ex-diretor. “Aliás, uma das razões do Marcos Assunção não ter renovado foi ter achado que deveria ganhar igual ao Valdivia, porque ele jogava e o Valdivia não. O ambiente não fica bom desse jeito”.

Naquela época, em 2012, o Verdão foi rebaixado no Brasileirão meses após conquistar a Copa do Brasil. Para Frizzo, houve excesso de comemoração. “Quando ganhou a Copa do Brasil, o elenco comemorou muito, comemorou demais. E a gente com aquela agonia do cai, não cai. O ambiente ficou deteriorado. É uma pena, mas tudo bem, passou. Não é só com a gente, acontece com todo mundo. É cíclico, a ascensão e a queda”, contemporizou.

O palmeirense também comentou os boatos de que Leila Pereira, presidente da Crefisa e diretora-geral da Faculdade das Américas, os dois principais patrocinadores do clube, poderia se candidatar à presidência do Verdão. “O José Roberto Lamacchia (marido de Leila e dono das empresas) sempre foi um palmeirense completo. Não acredito que passe em seu coração ‘comprar’ o Palmeiras. Tecnicamente, hoje seria impossível. Ela é uma sócia recente, e precisaria de oito anos como sócia para poder se candidatar a conselheira, e precisaria de dois mandatos de conselheira para concorrer à presidência. Só poderia se mudassem o estatuto, mas aí seria uma forçação de barra de tal ordem que nem o casal Lamacchia gostaria”, disse.

Por fim, Frizzo criticou o que definiu como a espera de um salvador para comandar o Palmeiras. “O que eu critico é essa espera por um messias. Acho que temos que trabalhar juntos para o Palmeiras, não adianta ficar esperando alguém para salvar o clube, como o Brasil também não pode”, concluiu o conselheiro.

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