Faltando 500 dias para os Jogos, Rio entra na reta final de preparação
A contagem regressiva do Rio de Janeiro para sediar pela primeira vez os Jogos Olímpicos chega a 500 dias nesta terça-feira, ainda com grande preocupação sobre o andamento das obras e, principalmente, com o projeto de despoluição da Baía de Guanabara.
“Estamos em dia com os prazos, datas e orçamento. As obras das instalações esportivas estão todas mais de 30% concluídas e a maioria com mais de 50%”, disse à Agência Efe o diretor de comunicação do Comitê Organizador, Mário Andrada.
O próprio representante, no entanto, afirmou que não é possível cometer deslizes, e que há pouco tempo para descuidos e para a resolução de qualquer problema.
“O Rio está se preparando para a festa e para os Jogos. Vai entregar tudo o que prometeu, mas estamos em uma fase em que precisamos estar muito atentos. Só faltam 500 dias e se cometermos algum erro, não teremos tempo para solucioná-lo”, disse.
Andrada admitiu, contudo, que a despoluição da Baía de Guanabara, sede das competições de vela, é o que mais preocupa ao núcleo local de organização.
“É o nosso maior foco de atenção. Precisamos correr. Os trabalhos estão um pouco atrasados”, comentou.
O governo do estado do Rio de Janeiro se comprometeu a despoluir até 80% das águas da Baía até 2016, mas depois de protestos de velejadores, descontentes pela lentidão dos trabalhos, as autoridades fluminenses chegaram a admitir que não cumpririam a meta, mas posteriormente voltaram atrás.
“Temos um compromisso de entregar uma Baía 80% despoluída. Se não conseguirmos, já será um avanço sairmos de 17% para 49%. Vamos conseguir chegar a 80% com essas obras da Baixada que a gente quer lançar. Se não for nas Olimpíadas, vai ficar como um legado”, disse o governador Luiz Fernando Pezão, em encontro com membros do COI.
Em fevereiro, o Comitê Olímpico Internacional apontou ter visto importantes progressos nas obras, mas alertou sobre o curto tempo para a conclusão do Campo Olímpico de Golfe, do Velódromo Olímpico do Rio e do Centro Olímpico de Hipismo.
De acordo com o COI, as três instalações estão com seus cronogramas em dias, mas qualquer dificuldade ou qualquer atraso pode comprometer os eventos-teste, que serão realizados nos próximos meses. O Comitê Organizador local, no entanto, não mostra qualquer receio com estas instalações.
“Os atrasos que eles citaram são preocupações relativas aos eventos-teste e não aos Jogos. A sede do hipismo já está resolvida e teremos a prova na data marcada. O Velódromo, apesar de um pouco atrasado, não causará impacto no evento-teste. Estamos contando com ele”, garantiu Andrada.
O diretor de comunicação reconheceu que o atraso no equipamento em que acontecerão as disputas do ciclismo aconteceu devido ao problemas da construtora responsável, a Tecnosolo, que estava em recuperação judicial.
“Eles enfrentaram problemas e reduziram o ritmo nas obras, mas todos os projetos são em consórcio e há pelo menos duas construtoras. A outra assumiu o trabalho e já aceleramos isso. Está andando”, explicou.
Andrada assegurou que, mais do que as obras, o que mais preocupa agora ao Comitê Organizador são os 44 eventos-testes, que servirão para avaliar as instalações, em um calendário que será iniciado em julho, com a fase final da Liga Mundial de vôlei.
“Está tudo muito bem agora, mas entraremos em uma fase muito complicada, em que sempre teremos que fazer ajustes. Estamos agora preparando a organização dos eventos-teste”, explicou.
O representante do Comitê do Rio 2016 ressaltou ainda que a cidade está em profunda transformação, motivo pelo qual todos precisarão redobrar os esforços para garantir a realização plena dos Jogos Olímpicos.
“É como um atleta que está disputando uma maratona. A última parte da maratona é a quando ele entra no estádio. Parece ser o trecho mais curto, mas é o mais importante. O Rio entrará no estádio nesse 24 de março. Começaremos a dar as últimas voltas no estádio. Temos muita confiança e temos motivos para isso”, concluiu.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.