Família de De Villota diz que relatório evidencia irregularidades em acidente
A família da piloto espanhola María de Villota divulgou nesta segunda-feira uma carta na qual afirma que o relatório órgão de saúde e segurança no trabalho do Reino Unido, revelado pela emissora britânica BBC, mostra “uma série de irregularidades” cometidos no dia de seu acidente.
O relatório garante que De Vilotta foi “jogada contra o caminhão” pela Marussia que guiava em um teste no circuito de Duxford, no incidente que ocorreu no dia 3 de julho de 2012.
A piloto espanhola sofreu graves lesões e a perda do olho direito. Em outubro do ano seguinte, acabou morrendo em decorrência dos problemas neurológicos remanescentes da colisão do veículo a mais de 200 quilômetros por hora.
“Os dados evidenciam uma série de irregularidades que foram cometidas naquele dia. Assim, o relatório aponta desde a questionável posição do caminhão com a rampa aberta até as dificuldades no controle do carro, passando pela informação logística e técnica, além da ausência de pautas básicas de segurança”, afirmou a família da piloto na carta.
“O relatório confirma que a equipe Marussia, ao avaliar os riscos do teste, não levou em conta os derivados das próprias instalações (incluída a posição do caminhão e de sua rampa) nem o projeto do carro”, acrescentou.
Os documentos divulgados pela “BBC” indicam que De Villota recebeu instruções de seu engenheiro, mas as orientações não incluíram como parar o carro ou sobre que marchas deveriam ser engatadas quando ela chegasse à região dos boxes.
“Ela conduziu um carro de turismo pela pista, mas não foi explicado o procedimento de frenagem. Após duas voltas com o carro de Fórmula 1, De Villota voltou aos boxes. Como as marchas estavam engrenadas e o carro preparado para manter as rotações do motor ao redor de 4.100 rpm, ele estava lutando contra ela, que foi lançada jogada o caminhão”, aponta o texto.
Os advogados da família estão analisando o conteúdo do relatório revelado pela “BBC” para definir os próximos passos. Os parentes da piloto espanhola não descartam, inclusive, entrar com ações judiciais.
Depois do acidente, a Marussia, com sede em Oxfordshire, no sul da Inglaterra, realizou uma investigação interna, que excluiu o carro como principal causa do acidente.
No mês passado, o órgão de saúde e segurança no trabalho do Reino Unido decidiu não acusar a equipe após concluir sua investigação sobre a colisão.
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