Fernando Diniz lembra dificuldades de Tchê Tchê: “ele achava que era meia”
Fernando Diniz tem algo muito definido em sua carreira: a filosofia de trabalho. Grande cético do futebol “por resultado”, ele esteve no Mundo da Bola, da Jovem Pan, e reforçou que considera a análise de um projeto apenas pelo placar “algo muito superficial”. Ele deixou o comando do Audax em 2 de junho, após cinco anos. Diniz impressionou com o futebol ofensivo jogado pela sua equipe, lançou jogadores para times grandes, mas acabou rebaixado no Paulistão deste ano.
O Audax revelou nomes como Tchê Tchê, Camacho, Rafael Longuine, Bruno Paulo, Sidão, Yuri, entre outros. E não foi por acaso. “A origem principal do meu trabalho é ajudar os jogadores a se desenvolverem. Limitar o que é uma equipe ao placar final do jogo é muito pobre”, destacou.
Sobre o volante que hoje atua no Palmeiras e foi fundamental para a conquista do título do Campeonato Brasileiro alviverde em 2016, Diniz lembra das dificuldades que ele teve para encontrar seu espaço.”Ele quase não jogou na base. Ele era franzino e tinha dificuldades de entender onde ele realmente se encaixaria porque achava que era meia e tinha que jogar na frente. Então, foi um processo longo de construção para que pudesse entender onde poderia vingar. O Tchê Tchê tem uma leitura de jogo impressionante, acima da média”, declarou o treinador.
Nada de “chutão”
Conhecido pelo jogo ofensivo e que muitas vezes é alvo de críticas, Diniz é contra o famoso “chutão” ou o jogo de “uma bola”.“Não acredito que alguém tenha prazer em jogar se defendendo nos 90 minutos. O fato de você ter a bola e atacar não significa que você está exposto”, disse o treinador.
Mesmo com o rebaixamento da sua equipe no Campeonato Paulista 2017 – o Audax somou 9 nove pontos e ficou na última colocação -, Diniz afirma que não vai mudar o seu estilo. “O Audax fez 12 partidas e teve mais chances de ganhar do que perder. Nós jogamos com dominância contra os três grandes de São Paulo (São Paulo, Palmeiras e Corinthians)”, ressaltou.
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